
Ah, o saudoso console de 16 bits! Quem aí teve a oportunidade de jogar essas preciosidades?
10º: Superman

Comecemos com ele, o primeiro super-herói criado, mas com um jogo que não faz nem um pouco jus ao título. Onde já se viu um jogo do Superman onde você não voa, não dispara raios pelos olhos e só dá soco? E ainda por cima tem que esperar o soco carregar! Tá de zoeira, né? Aparece aqui só para ocupar a última posição mesmo.
9º: Justice League Task Force

Jogo genérico de luta com os personagens da DC. Você pode escolher entre os heróis clássicos, ou seja, Superman, Batman, Mulher Maravilha, Flash, Arqueiro Verde e Aquaman. E é claro, o vilão não poderia ser outro senão o Darkseid. Agora o porquê de você ter de enfrentar seus colegas da Liga da Justiça antes de sair no braço com ele e salvar o mundo, jamais descobriremos.
Até que é um jogo divertido, mas não sai muito do fejião com o arroz de outros jogos do gênero. Cada personagem tem seus golpes específicos e o desafio não é lá grandes coisas, então não é aqueeeeele jogo que vai te prender por muito tempo.
8º: Batman Returns

O Cavaleiro das Trevas teve vários jogos no Mega Drive. “Revenge of the Joker” é tão tosco quando o supracitado jogo do Superman, de maneira que não dá a mínima vontade de jogar. Dessa maneira, os mais memoráveis são as adaptações dos filmes: “Batman”, “Batman Returns” e “Batman Forever”, mas desses, só o segundo vale realmente a pena.
Além de captar a atmosfera sombria do filme, o Batman desse jogo tinha cinto de utilidades, planava e lançava cabos que permitiam se pendurar pelo cenário. Parece meio óbvio que se tenha essas coisas num jogo do Batman, ainda mais numa era “pós-Arkham Asylum, Arkham City e Arkham Kinight” mas acredite, os outros não tem nem esse “kit básico”.
Jogo difícil, mas com desafio na medida certa e que instigava você a seguir em frente mesmo depois de morrer no mesmo lugar pela décima vez. Valia muito a pena.
7º: X-Men

O primeiro jogo dos heróis mutantes é BEM legal e com uma premissa muito simples: Magneto envia um sinal de seu Asteróide M para sabotar a sala de perigo dos X-Men, infectando-a com um vírus. Como resultado, os heróis ficam presos em simulações que vão ficando cada vez mais perigosas. Isso dá ao jogo a desculpa perfeita para visitar todos os cenários e inimigos clássicos do grupo, como a Terra Selvagem (Fanático e Zaladane), o mundo do Império Shi’ar (Rapina), Farol do Excalibur (Apocalipse), o futuro de Dias de Um Futuro Esquecido (Ahab) e o mundo de Mojo. Após resolverem a situação, eles têm de ir até o Asteróide M confrontar Magneto em pessoa, é claro.
O curioso é que, após derrotar Mojo, o jogador tinha que apertar o botão de RESET no console para que o sistema pudesse “se livrar do vírus” e só assim resolver a crise na Sala de Perigo. Não sei algum outro jogo tinha algo parecido.
Apesar de só poder escolher entre Gambit, Noturno, Wolverine e Ciclope, podia-se pedir ajuda aos outros membros do grupo em situações mais problemáticas. Ótimo jogo, bem difícil e extremamente fiel aos quadrinhos.
6º: X-Men 2: Clone Wars

Se o primeiro já foi bom, esse fica ainda melhor, com gráficos melhorados e mais personagens jogáveis, como Psylocke e o Fera. E para usar um bordão clássico, “o inimigo agora é outro”: a Falange, entidade alienígena capaz de produzir clones. Para detê-la, os heróis se aliam a Magneto e ele vira um personagem jogável também! Sensacional.
Tão ou ainda mais difícil que seu predecessor, o novo jogo começa numa fábrica de Sentinelas e passa novamente pelo Asteróide M, onde enfrentamos os acólitos de Magneto. Nesse ponto ele se junta ao time para enfrentar Apocalipse e perseguir a Falange até a fábrica de clones, onde o jogador tem de enfrentar mais alguns inimigos e cópias de seus próprios colegas de time. Clássico.
5º: The Adventures of Batman & Robin

Ah, ESSE sim era divertido à beça. Pegando carona na série animada de enorme sucesso, esse jogo deveras desafiador traz uma mistura de aventura e “jogo de navinha”. Explico: existiam três tipos de fases. A estilo plataforma, em que você ia enfrentando inimigos na base da porrada ou com suas armas. Aí tinham as fases em que você jogava com o “Batwing” no estilo jogos de nave mesmo: visão de cima, com a câmera indo para a direita o tempo todo e inimigos vindo de todos os lados.
E tinha ainda o estilo em que o Batman usava um “cinto voador”, que também remetia aos jogos de nave, no estilo “Forgotten Worlds”, por exemplo. Todas eram muito divertidas e você podia escolher entre três tipos de armas: verde, laranja ou azul. Quanto mais itens da mesma cor você pegava, mais forte a arma ficava. Eu gostava mais da verde nas fases estilo plataforma e da laranja nas de estilo de nave. O duro é que quando você morria, tinha que começar a “upar” a arma tudo de novo.
No jogo você enfrenta o Coringa, Duas Caras, Chapeleiro Louco e o Sr. Frio, em fases dos mais variados estilos e cenários, com itens escondidos e gráficos que, para época, eram muito bons. Mas se estivesse com dificuldade em alguma das fases, NO PROBLEMO: era só pausar o jogo e apertar B, A, baixo, B, A, baixo, trás, cima, C. Pula para a próxima.
4º: Judge Dredd

Olha, esse talvez seja um dos raríssimos casos em que a adaptação de um filme fica melhor do que o próprio filme. O Juiz Dredd é um personagem britânico pouco conhecido em terras brasileiras, já que nunca teve um título publicado aqui que tivesse grande longevidade. Em 2012 teve um filme estrelado por Karl Urban, muito bom, mas possivelmente o grande público não faça a menor ideia de que seja baseado nos quadrinhos da 2000 AD.
Mas muito antes disso, em 1995, o personagem já havia sido adaptado para o cinema, em uma película estrelada por ninguém menos que Sylvester Stallone. Apesar de “relativamente” fiel aos quadrinhos, o filme passa longe de ser algo digno do personagem. Para começar, porque Stallone jamais aceitaria fazer um filme sem mostrar seu rosto. E depois, tem o personagem de Rob Schneider que deveria ser o alívio cômico do filme, mas acaba baixando o nível da trama toda para tosquisse sem igual.
Mas estou divagando e falo disso tudo em mais detalhes aqui. O jogo é extremamente fiel ao personagem, passando por várias fases que remetem aos quadrinhos, mas num primeiro momento ele se atém aos acontecimentos do filme. Você vai progredindo até enfrentar Rico, seu “irmão maligno” e vilão da película. Mas depois de dar cabo nele, o jogo continua! E aí que as coisas ficam realmente legais, pois os acontecimentos seguintes se baseiam em um dos arcos mais clássicos do Dredd nos quadrinhos, onde ele enfrenta os juízes da morte: Fire, Fear, Mortis e Death!
Eles vêm de uma dimensão em que a própria vida foi considerada crime, sendo seu único propósito acabar com toda a vida existente. Nos quadrinhos, eles já causaram inúmeros problemas em Mega City e colocá-los como vilões desse jogo foi um toque simplesmente genial. Ou seja, aproveitaram a oportunidade de adaptar um filme tosco para fazer um jogo digno do personagem.
3º: The Incredible Hulk

O Golias Esmeralda nunca foi muito feliz em adaptações. Seus filmes solo não são lá grandes coisas e os jogos estrelados por ele também não são muito memoráveis. Mas esse é uma feliz exceção. São cinco fases de tirar o fôlego em que ele enfrenta Rino, Tyranus, Homem-Absorvente e seu maior inimigo, o Líder.
O Hulk conta aqui com diversos golpes especiais e quanto maior sua barra de vida, mais golpes ele pode fazer. A barra branca só fica disponível ao tomar um tipo especial de pílula. O Hulk faz golpes mais destrutivos e fica mais rápido, mas o efeito dura pouco. Quando a barra está no verde claro, consegue fazer alguns golpes bons, mas quando ela chega no verde escuro, consegue fazer só os básicos. E se passa disso, ele volta a ser Bruce Banner e a única coisa que ele consegue fazer é dar uns dois tiros de pistola. Isso é, se não for atingido antes.
Mas tem uma coisa muito legal. Se você tiver uma “pílula de transformação”, podia pausar o jogo a qualquer momento e apertar C. Isso fazia ele se transformar novamente em Banner, mas conservava toda a energia. Virar Banner era útil em certas ocasiões, para acessar túneis ou áreas secretas. Contudo, ao ser atingido por algum inimigo, ele virava o Hulk novamente! E a animação dessas transformações era MUITO legal.
Os chefes não eram lá muito desafiadores, mas as fases em si eram bem divertidas, sendo que em uma delas você entra, miniaturizado, no corpo do Líder e o chefe é seu cérebro. Bizarro. A quinta e a última fase era a mais difícil, mas quando finalmente ficasse cara a cara com o Líder, bastava lhe dar um gancho para ver o fim do jogo, que era bem bacana também.
2º: Dick Tracy

Assim como o Juiz Dredd, aqui aproveitaram a adaptação do filme (uma das melhores adaptações de quadrinhos já feitas, diga-se de passagem) para fazer um jogo digno do personagem. Nos quadrinhos, um dos maiores inimigos de Tracy era o gângster Big Boy Caprice (no filme, interpretado por Al Paccino) e aqui, a trama é simples: Tracy tem que deter a onda de crimes controlada por Big Boy e seus comparsas.
Assim, ele enfrenta inimigos clássicos – que também fazem suas aparições no filme – em 6 fases de 3 partes cada: Itchy, Brow, Lips, Prune Face, Flattop e Big Boy. A munição não tem limite e o legal é que o jogo tem um sistema de tiros que permite que você atire tanto em primeiro plano, com a pistola, quanto para o fundo da tela, com a metralhadora.
Além disso, as fases variam a dinâmica a todo momento. Algumas delas não se pode atirar e você tem que resolver as coisas na mão, o que eleva um pouco a dificuldade. E em outras, há a perseguição de carro, em que Tracy fica de pé do lado de fora do carro de polícia enquanto os inimigos vem de todos os lados.
O sistema de créditos também é inovador. Ao final de cada fase, Tracy vai para um “estande de tiro”, em que você tem de acertar os bandidos e evitar acertar os mocinhos. O número de “continues” que você ganhava dependia do número de acertos.
Jogo extremamente divertido, fiel aos quadrinhos e ao filme, em que a última fase era uma das mais difíceis que já joguei no Mega. Memorável.
1º: Spiderman vs Kingpin

Assim como o Batman, o Cabeça-de-Teia teve vários games no Mega Drive, como os “beat em up” genéricos “Maximum Carnage” e “Speration Anxiety” e o “Spiderman” baseado na série animada dos anos 90 que, apesar de gráficos razoavelmente decentes, não apresentava desafio algum e a jogabilidade era meio truncada.
Mas, apesar de ser o primeiro a ser lançado no console de 16 bits e, por isso mesmo, ter gráficos que não são lá grandes coisas, “Spiderman vs Kigpin” é um dos jogos do Aranha mais fiéis já produzidos. Aqui a teia acabava, e como você conseguia dinheiro para fazer mais fluido? Vendendo fotos pro Clarim Diário, óbvio!
Nesse jogo o Aranha tinha um “cinto de utilidades” que permitia selecionar vários itens. A câmera tirava fotos, sendo que aquelas tiradas dos chefes de fase valiam mais. Também era possível fazer um “escudo de teia” e se a vida estivesse meio crítica, uma opção era selecionar o ícone do Peter Parker e ir pra casa descansar um pouco para recuperá-la. Mas isso tinha que ser feito com moderação, já que podia-se perder um tempo precioso usando essa estratégia.
E tempo é tudo nesse jogo, pois o herói tem 24 horas para desarmar uma bomba que o Rei do Crime plantou na cidade para incriminá-lo. Aqui, quando sua vida acaba, você não morre, mas vai preso, o que lhe faz perder horas preciosas. E quando o relógio chega no zero, game over.
Com a polícia toda atrás dele e uma recompensa de 10 mil dólares pela sua cabeça, o aracnídeo tem de enfrentar seus clássicos inimigos para conseguir chaves específicas que desativarão a tal bomba. Dr. Octopus, Lagarto, Electro, Homem-Areia, Duende Macabro e, claro… Venom!
Na última fase, além de desarmar a bomba, você tem de enfrentar os vilões todos mais uma vez, antes de chegar no Rei, que como se não bastasse, sequestrou Mary Jane. Você só tem uma chance para derrotar o gordão careca antes que sua esposa caia num tanque de ácido. E o pior, a única maneira de causar dano é dando uma voadora muito certeira na cabeça dele.
Então, o esquema era jogar uma teia no teto, para impedir que a corrente que prende MJ continue descendo em direção ao tanque de ácido (o que já era difícil), desviar dos golpes do Rei e acertar sua cabeça na hora certa. Só que a teia desaparece de tempos em temos e você tem que ir repetindo esse processo até conseguir finalmente derrotá-lo. Sem dúvida, um dos chefes mais difíceis do Mega Drive, mas também um dos melhores jogos já feitos do Cabeça-de-Teia e por isso mesmo está em primeira posição.
Menções “desonrosas”
Os fãs mais ardorosos certamente lembrarão de outros clássicos, mas a maioria são “Beat em up” genéricos, como “Death and Return of Superman” (legalzinho), “Avengers” (sofrível demais), “The Punisher” (violento, história interessante, mas jogabilidade muito ruim) e os jogos das Tartarugas Ninja (Teenage Mutant Nija Turtles), que até que são divertidinhos.
Também, os supra-citados jogos do Aranha nesse estilo, mas no fundo, no fundo, se jogou um, jogou todos.
Menção honrosa: Comix Zone

Mas um que realmente merece destaque é o Comix Zone, que apesar de não ser diretamente baseado em uma HQ, aproveita-se da linguagem dos quadrinhos, já que na história, um desenhista entra em sua própria revista e tem que ir pulando de quadro em quadro enfrentando monstros que ele mesmo criara. Sensacional. Eram apenas três fases, mas uma mais sofrida que a outra.
E aí, bateu uma nostalgia?
Nossa, hoje vou ter pesadelo de lembrar como esses jogos eram dificeis.
Meu top 10:
1º: Spiderman vs Kingpin
2º: The Adventures of Batman & Robin
3º: Death and Return of Superman
4º: X-Men 2: Clone Wars
5º: Wolverine: Adamantium Rage
6º: The Incredible Hulk
7º: Captain America and the Avengers
8º: Dick Tracy
9º: Spider-Man and the X-Men in Arcade’s Revenge
10º: Spider-Man and Venom: Maximum Carnage
Boa lista também. Tinha esquecido do jogo solo do Wolverine, esse também era muito bom!