
Uma nova droga altera a percepção do tempo das pessoas. Wow, parece incrível, não?
Filme lançado em 2020, que provavelmente passou despercebido por conta da pandemia, chega agora no Google Play/YouTube para aluguel ou compra. Com um conceito que parece ser original e com Anthony Mackie no papel principal, o trailer promete muito.
O filme conta a história de dois paramédicos, Steve (Anthony Mackie) e Dennis (Jamie Dornan) que se veem às voltas com vítimas de uma nova droga. Atendem casos estranhos, como de uma picada de cobra que já não deveria mais existir, um sujeito que fora atravessado por uma espada antiga, dentre outras coisas bizarras. Logo fica claro que está tudo relacionado a uma nova droga, chamada sincrônico.
Como a droga é nova, ainda não é ilegal e Steve encontra um ponto de venda no qual decide comprar todo o estoque para tirá-la de circulação, o que chama a atenção do criador da substância, que está tentando fazer o mesmo. Ele explica que a droga altera a percepção do tempo no cérebro humano.
Massss… não é beeem isso. Quando se fala de teorias de que o tempo na verdade é algo muito maior do que a percepção humana de linearidade, o mínimo que se espera é algum conceito novo, como por exemplo em Tenet ou Interestelar. Mas em suma, o que a pílula faz é simplesmente mandar uma pessoa para algum lugar do passado, por sete minutos.
Aí vem uma reflexão feita pelo nosso protagonista, exatamente oposta a outro famoso filme de viagem no tempo: “Meia-noite em Paris”. Neste último, os personagens falam do passado com certo galmour e nostalgia, como se uma época anterior àquela em que estão vivendo fosse muito melhor. Algo que ouvimos muito, não? “Ah, no meu tempo era melhor, porque…”.
Aqui, ocorre o contrário: depois de algumas experiências traumáticas no passado, Steve passa a se perguntar como alguém poderia não gostar de viver no presente, com todo o conforto e tecnologia de nossos dias. E talvez resida aí mesmo a maior graça do filme.
A primeira parte é bem arrastada, mas a coisa começa a engrenar quando a filha de Dennis desaparece após tomar uma dose de sincrônico e Steve começa a realizar experimentos para entender como a droga funciona e, com sorte, resgatá-la. Essa sem dúvida é a melhor parte da filme, mas fora isso, os dois protagonistas não parecem ter química nenhuma na tela, o que acaba conduzindo a um final bem previsível.
O filme não chega a ser de todo ruim, mas não sei se vale os 11,90 do aluguel. Talvez valha a pena esperar sair em algum streaming.