Então, você gostou da série “dos” The Boys, ficou curioso com relação ao quadrinhos, mas está com preguiça de ler tudo? Seus problemas acabaram!

A série The Boys “chegou chegando” no Prime Vídeo, com duas temporadas excelentes, mostrando um mundo em que os super-heróis não são tão “heróicos” assim. Mas e a HQ? Será que é tão “escrachada” assim?

É pior. Se você ficou chocado com a série e não tem estômago para algumas das coisas mostradas lá, é melhor passar longe da HQ. Eu falei da primeira temporada aqui, logo que saiu, fazendo algumas comparações com o material original, mas agora gostaria de falar especificamente dos quadrinhos, já que a Devir recentemente lançou o derradeiro volume, com a conclusão da saga toda. Óbvio que teremos spoilers, então, se você ainda deseja ler a saga toda, sugiro passar longe desse post. Vamos lá?

Volume 1: O Nome Do Jogo

Logo de cara somos apresentados a Hughie e vemos sua namorada ser trucidada pelo Trem-A. O Carniceiro (Billy Butcher, no original, e Billy Bruto, na série) está recrutando Os Rapazes de volta – Francês, Leite Materno e a Fêmea – e acaba convidando Hughie para ser o quinto membro depois que fica sabendo do que aconteceu.

Também, é claro, conhecemos Os Sete – Capitão Pátria, Sombra Begra, Rainha Maeve, Trem-A, Oceano e Jack de Júpiter (esse último substituído pelo Translúcido na série) – numa clara paródia à Liga da Justiça, os heróis mais poderosos do planeta. Estelar está entrando para a equipe, mas diferente da série, em que apenas o Oceano (no original, Deep, na série, Profundo) tenta abusar dela, aqui os três – Patriota, Trem-A e Sombra Negra, a obrigam a pagar um boquete a cada um, se ela realmente quer entrar na equipe. Em seguida ela conhece a Rainha Maeve, que não é nem um pouco solidária e quando não está com um drinque na mão, está organizando orgias com homens musculosos. E perceba que até aqui foi apenas um “aperitivo” para que The Boys mostrasse a que veio.

A primeira missão do grupo é dar um susto na Tropa Terror, um grupo de heróis adolescentes, com o mero intuito de mostrar aos supers que Os Rapazes estão de volta e estão de olho. Hughie passa a vigiá-los e já fica horrorizado com o festival de orgias que o grupo organiza, regadas a drogas e coisas pesadas. Não fica difícil descobrir que há um triângulo amoroso gay no grupo e é mais fácil ainda vazar a informação à imprensa, apenas para causar furor. Quando um dos membros do grupo faz uma retratação, o Patriota (no original, Homelander, na série, Capitão Pátria) logo se liga que é um recado do Carniceiro, escrito nas entrelinhas.

Também é nesse volume que Hughie e Annie (Estelar) iniciam um relacionamento, se encontrando por acaso e desabafando sobre seus problemas, sem dar muitos detalhes sobre quem são e o que fazem. Entre o encontro com ela e a missão de vigilância, o Carniceiro injeta em Hughie uma amostra do Composto V (que é o que dá poderes aos supers), caso ele precise sair na mão com algum super. Hughie fica puto com a audácia, mas depois acaba se acalmando. O Carniceiro pede desculpas, mas na verdade mais tarde fica claro que ele só estava sendo ele mesmo: um puta babaca manipulador.

Mas a Tropa Terror não deixa barato. Eles descobrem os responsáveis pelo vazamento e vão ter com Os Rapazes… apenas para levar uma surra fenomenal. No processo, Hughie, que não estava acostumado ainda com sua superforça, acaba matando um dos membros da equipe, o Galo Galante. Enquanto se recupera do choque, ele vê um hamster saindo do rabo do cadáver, em mais uma demonstração doentia das coisas deploráveis de que os supers são capazes de fazer. Por pena, Hughie decide adotar o bichinho.

O volume se encerra com Hughie ainda em dúvida se quer entrar para o grupo ou não. Ele toma a decisão depois do Carniceiro lhe confessar o motivo dele ter tanta raiva dos Supers: um deles estuprou sua mulher. Ela nunca teve a chance de contar, só ficou sabendo quando viu as tripas dela na cama e o recém-nascido tentando matá-lo com seus raios laser disparados dos olhos. Sem escolha, acabou matando a “coisa” e jurou fazer todos eles pagarem.


Volume 2: Mandando Ver

Esse volume tem dois arcos, sendo que no primeiro, “Mandando Ver”, Os Rapazes vão investigar um homicídio envolvendo os heróis “Suruba” e “Tecnoman”, supostamente gays com um passado de parceria, tanto no combate ao crime quanto em “algo mais”. Também é aqui que Hughie conhece O Lenda, um ex-editor de quadrinhos da Victory Comics que vive no porão de uma comic shop e sabe sobre os segredos mais sujos dos supers.

No segundo arco, “O Glorioso Plano de Cinco Anos”, eles vão à Rússia e, óbvio, a paródia da vez são os heróis da antiga URSS. Eles encontram com Vas, o ex-“Salsichão do Amor”, que faz uma aparição de relance na segunda temporada da série (o cara com a “salsicha” viva). O caso é que alguns supers estão tendo as cabeças explodidas (ideia também aproveitada na segunda temporada) e o Carniceiro acha que é resultado de uma versão alterada do Composto V, feita com o propósito de matar os heróis.

A investigação os leva a descobrir que a Vought (o conglomerado empresarial responsável pelo Composto V e, basicamente, por todos os heróis) planeja um golpe de estado na Rússia. Um homem misterioso que trabalha para eles faz um acordo com uma mulher chamada Nina Namenko, fornecendo-lhe um galpão lotado de supers para apoiá-la no golpe. O plano, na verdade, era causar caos com os supers e ela usaria o composto alterado para explodir a cabeça de todos eles, com um detonador remoto, ganhando, assim, apoio político.

Contudo, Os Rapazes intervêm, explodindo o avião de Nina colocando uma bomba em seu vibrador. O Carniceiro ainda invade o galpão e usa o detonador pra livrar o mundo de mais um bando de canalhas.

Volume 3: Bom Para A Alma

Novamente temos dois arcos aqui. “Bom para a Alma” mostra que o Galo Galante está de volta, parodiando as incontáveis ressurreições de super-heróis no mundo dos quadrinhos. Diferente do que geralmente acontece, no entanto, quando eles trazem alguém morto de volta à vida, a pessoa se torna um completo retardado mental. Quando o Galo surge no apartamento de Hughie para recuperar seu hamster, ele não tem escolha a não ser matar o herói… de novo.

Já em “É tudo verdade, soldado!”, o Lenda conta a história do Conglomerado a Hughie, enquanto o Patriota e o Carniceiro se veem cara a cara. O líder dos Sete quer saber se a trégua que eles tinham antes continua valendo, dadas as recentes agressões dos Rapazes aos supers.

Há muito do passado revelado nesse arco. Com relação à Vought, ficamos sabendo que eles forneciam armamento e equipamento ao exército americano desde a Segunda Guerra, mas as coisas mudaram quando um cientista chamado Jonah Vogelbaum desenvolveu o Composto V e os procurou, já que a outra opção era vender o soro aos nazistas. O Patriota foi o primeiro, depois o Sombra Negra e todo o resto, até formar os Sete e todos os grupos derivados.

Com isso, o conglomerado se tornou a companhia mais poderosa do planeta e conseguiu, inclusive, colocar um idiota a seu serviço como vice-presidente: “Vic, o vice”. E não importava que a oposição tinha eleito Dakota Bob, pois seria uma questão de tempo até eles darem o golpe.

Também sobre os Rapazes, é mencionado o nome do Cel. Mallory, que foi quem os reuniu no passado, mas acabou pagando um preço por isso: o Faroleiro, membro original dos Sete, matou suas netas, o que levou Mallory a matá-lo. Hoje, um revivido Faroleiro vive no porão dos Sete e a trégua fora estabelecida.

Outra revelação é a de que nesse mundo, não foi o WTC atingido no 11 de setembro, mas sim a ponte do Brooklyn. Todos acabaram pensando que a ponte era o alvo dos terroristas o tempo todo, mas o que não sabem é que os Sete tentaram intervir, só fizeram cagada e o resultado foi o avião ter caído na ponte (bastante parecido com o que fora mostrado na série, mas novamente, amenizado. Afinal, ver uma criança voando pela porta do avião logo no começo da cena acho que é um pouco pesado para o público que não é de quadrinhos).

Para Hughie, o arco termina com a revelação de que os Sete são o alvo principal. A ideia do Carniceiro não é controlar porra nenhuma, é vingança pura e simples. Também é nesse arco que o relacionamento entre Hughie e Annie se aprofunda, mas diferente da série, ainda demoraria um bom tempo antes deles descobrirem a verdade sobre o que eles realmente fazem da vida.

Volume 4: Hora De Partir

Não mencionei nos volumes anteriores, mas o Carniceiro pega as missões diretamente da Diretora da CIA chamada Susane Rayner, com quem tem um relacionamento de amor e ódio regado a sexo selvagem. Também tem contato direto com seu assessor, apelidado de Macaco (sem racismo aqui – o cara é branco e a origem de seu apelido é revelada mais adiante), um sujeito patético e facilmente intimidável.

Rayner alerta o Carniceiro sobre o assassinato/suicídio de Silver Kincaid, uma heroína membro dos G-Men, a maior equipe de super-heróis do mundo e maior fonte de renda do Conglomerado Vought American. Se juntar todos os “G” grupos, como G-Force, G-Britânicos, G-Estilo, somam-se mais de 80 supers. É, não se faz muito esforço em esconder a óbvia paródia aos mutantes da Marvel. No lugar do Professor X, temos um tal John Godolkin, fundador da equipe.

Hughie junta-se aos G-Mil, um grupo de adolescentes, sob a alcunha de “Gaita de Fole”, para aproximar-se da equipe principal. E como todos os outros supers, quando não estão tocando punheta um para o outro, estão fazendo algo parecido. O restante dos Rapazes inicia investigações por conta e alguns dias depois, a verdade aparece.

Os G-Men vendem a ideia de que são órfãos rebeldes, mas não são órfãos porra nenhuma. Eles são roubados de suas famílias quando crianças, com a promessa de viverem grandes aventuras, mas tudo o que ganham é abuso sexual por parte de Godolkin e Composto V correndo por suas veias.

Mal sabem eles, contudo, que o homem do Conglomerado iniciou investigações por conta própria e, no instante em que os Rapazes estão prestes a meter o cacete em todos os G-grupos reunidos, surge um exército com helicópteros, mísseis e lança-chamas, dando cabo em todos eles. Ao final, o sujeito encara o Carniceiro e diz simplesmente que eles são capazes de limpar a própria bagunça.

Restava, é claro, o mais novo grupo de crianças que seriam “treinadas” por Godolkin para serem os próximos G-Mil. Para eliminar as “provas”, o Conglomerado junta todas elas em um container e o joga de um avião no largo da Islândia.

Em paralelo, o Carniceiro consegue roubar o HD do Macaco e descobre que Kincaid havia se tornado espiã, reportando a Rayner. A culpa de ser uma G-Men e traí-los foi grande demais e ela usara os poderes nela mesma. Puto por ter colocado um dos seus em risco a troco de nada, o Carniceiro decide castigá-la com seu jeitinho especial.

Volume 5: Herogasm

Nunca entendi essa mania do Garth Ennis de fazer mini-séries fora do título principal. Isso é muito Marvel/DC, mas enfim… “Herogasm” foi publicada como uma mini-série em 6 partes e a ideia é tirar sarro das mega-sagas de super-heróis, como Guerras Secretas, Crise nas Infinitas Terras, etc… você pegou o espírito da coisa.

O arco começa com o Patriota dando uma declaração à imprensa, de que os inimigos mortais da humanidade, os alienígenas Marith’Rai, estão se aproximando de nosso sistema e precisam ser detidos, o que acaba sendo uma excelente desculpa para justificar o sumiço dos G-grupos. Os demais grupos de heróis, os heróis solo e mesmo os vilões se unem numa empreitada para deter a ameaça, que no momento está em órbita de Saturno.

Tudo balela, na verdade, para que todos os heróis se reúnam numa ilha (denominada de Ilha McFarlane, aí fica a seu cargo entender a piada) e passem alguns dias de curtição, no evento anual conhecido como “Herogasm”. E se você pensou em orgias regadas a drogas e super-poderes, já pegou o espírito de The Boys.

É claro que Os Rapazes estão lá para uma missão de reconhecimento. O objetivo é sequestrar um agente do Serviço Secreto e interrogá-lo sobre o 11/9. No processo, contudo, Hughie é abordado pelo Sombra Negra e, digamos… violado… sem que ninguém saiba.

No interrogatório, os mocinhos acabam descobrindo os bastidores do 11/9, no qual Dakota Bob ordenara o abate de um dos aviões, ainda que cheio de civis, para proteger o alvo principal dos terroristas. Antes que ele desse a ordem para abater o segundo avião, contudo, Vic, o vice interveio, nocauteando o presidente e ordenando que fossem recolhidas as armas. Obviamente um retardado como Vic não seria capaz de pensar em nada sozinho, ele só estava repetindo as ordens que lhe foram dadas pelo Conglomerado, que pretendia que os Sete ficassem com o crédito de salvar a cidade. Só que deu tudo errado.

Enquanto essa verdade vem a tona, o Herogasm segue firme e forte, inclusive com a participação de Vic. O homem do Conglomerado tem uma reunião com ele, explicando que dali a um ano, o presidente vai morrer e ele cumprirá o restante do mandato, devendo implementar somente as políticas que lhe forem ordenadas. Um plano, claro, para vender os Supers da Vought ao Departamento de Defesa dos EUA.

Outro acontecimento importante nesse arco é o fato do Patriota derrubar um avião comercial, simplesmente porque pode.

Volume 6: A Sociedade Da Autopreservação

No arco “A Sociedade da Autopreservação”, os Rapazes são emboscados por uma equipe secundária de supers, mas lhes dão uma bela surra. Era, contudo, apenas uma preparação de terreno para o verdadeiro confronto: contra a Liga da Revanche, a segunda equipe mais poderosa do mundo, que concordaram com o trabalho com a promessa de serem promovidos à “primeira divisão”.

Seu líder, um nazista chamado Trovoada que só perde em poder para o Patriota, primeiro embosca a Fêmea, que consegue lhe arrancar um olho. Quando os demais chegam no hospital em seu socorro, logo percebem que o local é fachada para o verdadeiro ataque. Hughie e LM conseguem fugir após o Carniceiro afugentar o Trovoada e os três últimos membros da equipe ficam presos no prédio com o Carniceiro. Pior para eles.

No fim, os três confrontam o Trovoada, com a ajuda inesperada do Salsichão do Amor, e dão um fim no bastardo, em uma cena que claramente inspirou o final da segunda temporada da série, na qual as heroínas espancam a vilã nazista.

Enquanto tudo isso se sucede, Estelar tem de lidar com os idiotas do departamento de marketing, que querem que ela use um maiô finíssimo e faça um implante de mamas, numa clara alusão à sexualização das heroínas nos quadrinhos. Ela se recusa a ceder a esse absurdo, o Sombra Negra tenta forçá-la, mas a Rainha Maeve intervém para resolver a questão e eles desistem.

As histórias seguintes neste volume revelam a origem dos demais membros do grupo. Com relação ao LM, sua mãe trabalhava em uma fábrica que antes era ocupada pela Vought, o que deve tê-la contaminado com o composto V. Como resultado, LM precisa do leite da mamãe até hoje para se manter forte, senão ele definha.

Seu pai passou anos tentando processar o Conglomerado por conta disso, o que acabou consumindo-o. O irmão de LM sofreu uma mutação na adolescência e acabou morrendo. Já no exército, durante uma luta de boxe, LM acaba arrancando a cabeça de seu oponente, o que chama atenção do Carniceiro, que o convida a entrar nos Rapazes.

Quanto ao Francês, ele era um jovem espirituoso que voltara da guerra e acabaria virando pacifista, mesmo quando seu inimigo de infância acabou roubando-lhe o amor de sua vida. Inconformado com a inércia de seu filho, seu pai vai ter com o meliante, mas acaba morrendo. Culpando-se pela morte do pai, o Francês o vinga e deixa o pacifismo de lado, se metendo em uma briga atrás da outra, ou seja, tornando-se alguém que o Carniceiro consideraria uma ótima aquisição à equipe.

Por fim, a mãe da Fêmea trabalhava em uma empresa de Tóquio que tentava recriar o Composto V. Ela sempre levava a filha para o trabalho, até que um belo dia a criança entrou num balde cheio da droga. Resultado: arrancou o rosto de um cientista e acabou trancafiada por anos, até ser resgatada pelos Rapazes.

É claro, a história do Carniceiro fica para outra ocasião…

Volume 7: Os Inocentes

Mais dois arcos nesse volume. “Os Inocentes” começa com o Carniceiro descobrindo quem é a namorada de Hughie, mas ao invés de contar pra ele, sua conclusão é a de que Hughie é um espião do Conglomerado. Afinal, como poderia ele estar há tanto tempo com uma garota sem perceber que ela é a Estelar, dos Sete, o maior grupo de super-heróis do planeta?

Para testar sua teoria, o Carniceiro manda Hughie vigiar um grupo de supers adolescentes chamado Super-Hiper. São um bando de palermas que não tem nada a ver com o resto, mas um degenerado chamado Malquímico acaba de ser designado como líder do grupo, o que dá ao Carniceiro a desculpa perfeita para a missão: verificar se o grupo cheio de crianças inocentes não acaba de ser “promovido” à divisão de supers sem escrúpulos nenhum.

Mesmo relutante, sabendo que é uma perda de tempo vigiar um grupo desses, Hughie começa a missão tentando não se envolver, o que vai mudando quando percebe que o Malquímico trata os outros como lixo. Enquanto isso, o LM faz investigações por conta própria e vai falar com o Lenda. Ligando os pontos, ele percebe o que o Carniceiro está fazendo e lhe dá um esporro por duvidar de Hughie e recebe um de volta por ter falado com o Lenda sem autorização.

Quando o Malquímico finalmente decide agir da forma mais escrota possível, prestes a estuprar as meninas do grupo, Hughie decide agir, o que acaba fazendo ele levar um surra fenomenal e só não morre graças à intervenção do Carniceiro, que acaba matando o “herói” ateando-o fogo quando ele se transforma em gás.

O segundo arco, “Acredite”, gira em torno de um evento evangélico dos supers, que vimos de relance na primeira temporada da série. Annie está há muito se torturando e pensando em deixar os Sete e decide contar a Hughie a verdade sobre ela. Ele não reage nada bem, pois só o que lhe vem à cabeça quando ela fala que é uma super são as imagens de orgias, escrotidão e violência que ele presenciara nos últimos meses, e ele acaba fugindo.

Em seguida, conta ao Carniceiro da descoberta, sem saber que ele sabe muito mais que isso, pois já viu os vídeos das câmeras escondidas no QG dos Sete. Escondidas, aliás, por ninguém menos que a Rainha Maeve, que por algum motivo desconhecido, odeia o Patriota e quer que ele se foda.

De qualquer maneira, o Carniceiro sugere que Hughie olhe os vídeos, sabendo que vai encontrar a cena em que sua namorada paga um boquete para os três caras mais babacas do planeta. Ele quer, obviamente, magoá-lo a ponto de terminar a relação com Annie. O plano dá certo: Huguie vê o vídeo, confronta Annie e eles terminam. Sem saber ao certo o que fazer em seguida, ele decide voltar para casa, na Escócia.

O evento “Acredite” termina com uma família sendo sorteada para um jantar com o Patriota. A família sobe no carro, que o “herói” carrega para os ares, como uma excursão. Mas lá nas nuvens, ele simplesmente larga o carro e os deixa cair. Em seguida, reúne os supers para contar-lhes sobre seu plano.

Também é nesse volume que o homem do Conglomerado recruta uma nova assistente, a “Srta. Bradley”, algo que se tornará mais relevante nos arcos vindouros. Como parte do processo de prepará-la para o novo cargo, ele lhe mostra um arquivo contendo fotos do Patriota cometendo atrocidades: coisas pesadas, como comer um bebê vivo, esmagar crânios de inocentes com as próprias mãos, arrancar-lhes órgãos e por aí vai. Tudo para que ela saiba com que tipo de psicopata está lidando.

Volume 8: O Rapaz Escocês

Outra mini-série aqui, desta vez mostrando a história de Hughie. Esse é provavelmente o arco mais fraco de toda a série, com diálogos sem fim. Hughie conversando com os pais, com os amigos de infância, com um desconhecido com quem desabafa sobre tudo que aconteceu e até com Annie, que decide procurá-lo para que os dois resolvam a situação.

Nada de relevante acontece aqui, nada envolvendo Os Rapazes ou Os Sete, pelo menos. A única ação se dá por conta de um dos amigos de Hughie se envolver com alguns traficantes. Temos alguns flashbacks dos acontecimentos mais importantes que aconteceram com ele ao longo da série e ele recebe um recado do LM apontando onde encontrar Mallory. E é isso.

Volume 9: Montanha-Russa

O maior e mais importante volume da coleção, reúne três arcos de histórias e explica muitas coisas sobre o passado que até então só havíamos visto de relance. Em “Planejamento e Preparativos Prévios”, as coisas começam a caminhar para o inevitável confronto entre Os Rapazes e Os Sete.

O Carniceiro relembra dos tempos em que o Cel. Mallory liderava o grupo e vemos com detalhes como ocorreu o primeiro embate entre as duas partes. Eles já sabiam sobre o 11/09 e haviam recebido as fotos do Patriota (as mesmas que o Conglomerado recebera). Sua ideia é encontrá-los e exigir que alguém pague o preço pelo desastre do avião caindo na Ponte do Brooklyn.

Contudo, o Faroleiro não reage muito bem ao encontro e, como sabemos, ele acabaria matando as netas de Mallory. Em um novo encontro, o Patriota chacina uma equipe inteira do Time Delta que daria apoio aos Rapazes, apenas para provar o quão fácil poderia fazer o mesmo com eles. Ele lhes entrega o Faroleiro e um acordo é firmado. A CIA corta a verba da equipe e Mallory se aposenta.

Voltando ao presente, Rayner afirma que deixará o cargo de diretora e que o Macaco ocupará seu lugar. O cretino fica se achando por conta do novo cargo, mas o Carniceiro logo o coloca no seu devido lugar. Em uma conversa direta com Rayner, ele afirma que o plano do Patriota está em andamento e que eles darão o golpe a qualquer momento. E enquanto isso, a Srta. Bradley faz uma simulação de um combate entre as duas partes que resulta, com 82% de probabilidade, que apenas o Patriota e o Sombra Negra sairiam vivos.

Já em “Guerras Bárbaras”, vemos o encontro de Huguie com Mallory, que se revela como sendo o “estranho” do volume anterior. Ele lhe conta sua história, novamente começando pela Segunda Guerra (ele tem 91 anos, mas graças ao Composto V, não aparenta). Foi seu primeiro encontro com os heróis, que chegaram como “salvadores da pátria” mas, sem um pingo de treinamento, fizeram cagada e acabaram chamando atenção desnecessária aos nazistas. Como resultado, o pelotão inteiro de Mallory foi massacrado e apenas ele sobrevivera.

Esse arco também serve para Garth Ennis extravasar suas opiniões próprias. Não é segredo nenhum que ele odeia super-heróis e adora histórias de guerra, então quando Mallory se refere aos soldados dizendo “Esses sim eram homens de verdade, não merdas coloridas criadas por adultos infantilizados”, é como se as palavras saíssem da boca do próprio Ennis.

De qualquer forma, uma coisa leva à outra e Mallory acaba na CIA. Com seus recursos, ele consegue rastrear Jonah Vogelbaum, o cientista criador do Composto V, com o intuito de matá-lo. Mas na hora H ele acaba ficando com pena de um velho de 70 anos e além disso, não faria a menor diferença, já que os Sete e o restante dos Supers já estavam na ativa. Ele forja sua morte e o põe para trabalhar para ele.

É assim que acabou conseguindo a versão do Composto V que os Rapazes utilizam: sem poderes mirabolantes, apenas força e resistência aumentadas. O passo seguinte foi encontrar os músculos da operação, e aí é que entrou o Carniceiro. O resto, já sabemos. E o verdadeiro fim do cientista, segundo Mallory, se daria anos depois, quando ele mandaria o Carniceiro dar conta do recado.

Começa a ficar claro para Hughie, portanto, o quanto o Carniceiro é um filho da puta maldoso, algo que ele já desconfiava, nas entrelinhas, desde o início. Ele não é só um cara sacana, cruel e inteligente, mas tem um objetivo por trás de tudo o que estão fazendo e não é só se vingar do Patriota. Se ele pudesse, mataria cada um dos Supers com as próprias mãos. Hughie vai embora após a conversa e Mallory recebe outra visita…

Finalmente, em “Montanha-Russa”, o grupo volta a se reunir e Hughie começa uma choradeira, dizendo que quer ser o segundo em comando, que não quer mais saber de violência e blablabla. A nova missão é investigar o assassinato de uma transexual por um suposto super. O principal suspeito é Jack de Júpiter, já que todos sabem de sua tara: usar sua palavra mágica para ficar invulnerável e ser enrabado por quantas travestis ele conseguir aguentar.

Hughie e o Carniceiro visitam o puteiro de luxo do “Doutor Peculiar”, um cafetão especializado em supers, para investigar o caso. É lá que Hughie acaba descobrindo a origem do apelido do Macaco, já que em certa ocasião ele fora “abordado” por dois micos do Doutor, que tentaram foder suas orelhas.

Eles reviram os arquivos do local, repletos de supers realizando suas fantasias mais horrendas. É ali que Hughie descobre um arquivo da Rainha Maeve, que mostra seu caso com o Lenda (que teve um filho com ela, o Galo Galante) e como ela foi ludibriada pelo Patriota para transar com o Sombra Negra. Isso, somando-se ao 11/09, acaba se revelando como o motivo do ódio dela pelo herói atualmente.

Hughie se acerta com Annie e conta para ela que trabalha com a CIA. Logo em seguida, imagens de Jack com travestis vazam na internet e, óbvio, os Sete sabem quem culpar. Um encontro ocorre, mas o Carniceiro afirma que não foi ele. Como o Patriota pode ouvir batimentos cardíacos, ele sabe que está dizendo a verdade e o grupo parte, mas Jack não se dá por satisfeito.

Ele acaba invadindo o covil deles e mata Terror, o fiel cão do Carniceiro, que lhe acompanha desde o início do título e aparece apenas de relance na série. É claro que o Carniceiro não deixa barato, ele pega Jack de surpresa, segura sua garganta para lhe impedir de dizer a palavra e o esfaqueia. Várias e dolorosas vezes.

Fica bastante óbvio que tudo fora um plano arquitetado para colocar as duas partes em rota de colisão. O que ninguém sabe e que a arquiteta fora a Srta. Bradley, que agora entende que embora a execução tenha sido boa, ocorrera no momento errado.

Volume 10: Pau pra Toda Obra

Terceira e última mini-série do título, conta a última história de personagem que faltava, ou seja: do Carniceiro. Ele vai no velório do pai e revisita as memórias de infância, sobre como cresceu com um pai espancando a mãe, ele e o irmão a todo momento, então, claro, se tornara uma criança violenta. Quando adolescente, a única coisa que lhe impediu de matar o pai foi o irmão.

Foi para a guerra, juntou-se aos fuzileiros navais e nunca bateu muito bem. Tinha gosto pela violência e quando voltou, a coisa só foi escalando, numa briga de bar atrás da outra. Até conhecer Becky, que viria se tornar sua esposa.

Depois disso, ele finalmente se acalmara. É justo dizer que Becky “salvou” o Carniceiro de si mesmo, ao menos até ela ser estuprada pelo Patriota. Ela jamais contara o ocorrido, pois sabia que ele ia querer fazer justiça com as próprias mãos e acabaria morrendo. A verdade só veio à tona quando a “coisa” nasceu, rasgando-lhe no meio.

O bebê atirava raios pelos olhos e queimou o braço do Carniceiro, mas ele conseguiria esmagar a criatura com a base de um abajur. Mallory encontraria o diário de Becky e lhe mostraria, para que ele entendesse o que havia acontecido. O resto, já sabemos… ele voltou a fazer o que sempre fez de melhor.

E se você já leu Preacher, talvez esteja pensando “Espera um pouco… um cara extremamente violento, que conhece uma mulher que o salva. Eles ficam bem por um tempo, até acontecer uma tragédia e ele voltar À vida de violência que tentava esquecer… eu já vi isso antes.”

Já viu mesmo, em Santo dos Assassinos, que é claramente inspirada em Os Imperdoáveis, de Clint Eastwood. E Ennis não faz questão nenhuma de esconder que se inspirou no mesmo filme pela segunda vez, deixando como posfácio a mesma frase que aparece no começo e no final do filme: “E não havia nada na lápide que explicasse à senhora Feathers por que sua única filha havia se casado com um conhecido bandido e assassino, um homem de temperamento cruel e intempestivo.”

***AVISO: Os dois últimos volumes revelam fatos importantes da trama toda. Então, se você ainda deseja ler a coleção completa livre de spoilers, sugiro parar a leitura por aqui. ***

Volume 11: No Topo da Colina com as Espadas de Mil Homens

É isso, tudo que foi construído leva a esse arco de histórias, o confronto final com o Patriota. Tudo começa no dia em que algumas crianças levam “pets exóticos” para a Casa Branca. Um carcaju acaba se libertando e matando o Dakota Bob. Sim, é isso mesmo: o wolverine mata o presidente dos EUA.

O Patriota então entende que é sua chance de aproveitar a oportunidade para dar seu sonhado golpe. Ele manda uma equipe de heróis de quinto escalão chamada Paralíticos para atacar Os Rapazes – claramente inspirada naquelas equipes horrendas da Image dos anos 90 – como uma distração. Eles dão cabo na equipe facilmente e um dos membros diz que eles foram enviados pelo Conglomerado.

Nesse meio tempo, o LM descobre que sua ex usou sua filha num filme pornô e fica puto da cara, mas não tem tempo de resolver isso agora, com tudo que está acontecendo. Enquanto Francês e Fêmea atacam o Conglomerado, ele descobre uma pista sobre o Sombra Negra.

No confronto com o Conglomerado, o Francês perde o braço, mas fica claro que tudo não passou de uma distração, quando os Supers invadem Washington em peso. Antes de ir pra lá, o Carniceiro, cansado da choradeira de Hughie, sequestra o Trem-A e lhe entrega de bandeja. Mesmo dizendo que não quer saber de violência, Hughie não suporta ouvir a voz do “herói”, se lembra da maneira horrível como matara sua namorada e, por fim, chuta a cabeça do bastardo para longe, que é exatamente o que o Carniceiro esperava.

Vendo que a casa está caindo, o Oceano decide vazar antes que dê merda. A Rainha Maeve estava prestes a fazer o mesmo, quando o Patriota tenta impedi-la e eles saem no braço. Estelar foge e acaba não vendo o fim da Rainha. Com isso, os únicos que restaram dos Sete são o Patriota e o Sombra Negra.

No caminho para Washington, o Carniceiro vaza tudo que tem sobre os supers. O nazismo do Trovoada, as fotos do Patriota, o 11/09 e todo o festival de atrocidades que eles cometeram ao longo dos anos. A força aérea ataca os supers com munição de urânio empobrecido e o Carniceiro invade a Casa Branca no exato momento em que o LM descobre a verdade sobre o Sombra Negra.

Ocorre que o Conglomerado havia criado o super mais poderoso do mundo, mas precisava de uma garantia caso ele se voltasse contra os EUA. Por isso criaram o Sombra: um clone do Patriota, ainda mais poderoso que ele, com o único propósito de matá-lo. Mas a ordem nunca veio, ele cresceu solitário, pensando no que poderia fazer para provocar a tal ordem. Vestira, então, o uniforme do Patriota, cometera todas aquelas coisas hediondas das fotos – inclusive estuprar a mulher do Carniceiro – esperando que fosse finalmente cumprir a missão para a qual fora criado.

Agora na Casa Branca, ele finalmente tira a máscara na frente do Patriota e do Carniceiro e confessa tudo, inclusive admitindo que ele mesmo tirara as fotos. O Patriota finalmente entende o porquê de não se lembrar das coisas horríveis que diziam que ele tinha feito e fica chocado, pois percebe que se tornou um psicopata “por tabela”.

Enquanto os dois partem um pra cima do outro, o Carniceiro foge até o batalhão que aguarda do lado de fora, enquanto o gramado da Casa Branca fica ensopado de sangue de super. Ele sobe num jipe com uma metralhadora e, junto a todo o exército, atira contra o Sombra Negra, que a essa altura está arrastando o cadáver do Patriota.

O Sombra tem seu corpo destroçado, mas ainda vive. O Carniceiro dá o golpe de misericórdia e, aos prantos, pede perdão a Becky pelo que fará a seguir.

Volume 12: Metendo o pé na porta

Outra reviravolta aqui, que transforma um dos protagonistas no vilão do arco final. Sim, estou falando do Carniceiro, que após finalmente resolver sua vendeta pessoal com o Patriota – ou melhor, com o Sombra Negra – é hora de fazer o que sempre quis: matar todos os supers do planeta.

Ele começa destroçando o Salsichão do Amor com uma bazuca, depois vai atrás do Lenda, numa maneira de cobrir seus rastros e impedir que os outros se liguem no que ele está fazendo. Não funciona, pois Hughie recebera uma mensagem do Salsichão antes dele morrer. O LM vai ter com sua filha e acaba descobrindo que o Carniceiro matou todo mundo relacionado ao filme pornô. Logo cai a ficha e eles não demoram a descobrir o que está acontecendo, especialmente depois que ele dá a ordem de dispersar o grupo.

Mas o LM fica para trás para investigar mais e acaba encontrando com ele por acaso. Os dois se confrontam e o Carniceiro usa uma granada na cara dele para matar o amigo. Em seguida, ele usa uma bomba para dar conta do Francês e da Fêmea.

Resta apenas Hughie, que vai até Vogelbaum, apenas para encontrar um cadáver. Nesse ponto, recebe um telefonema do próprio Carniceiro, que admite a coisa toda: ele apenas fingira matar o cientista para Mallory, mas o usara para desenvolver uma arma contra os supers, baseada na versão do Composto V que eles encontraram na Rússia e que fazia a cabeça dos malditos explodirem. Levou anos, mas ele finalmente conseguiu transformar isso em gás e instalou em dispositivos explosivos escondidos no mundo todo. Ele planeja um completo genocídio, mesmo que inocentes morram no processo.

Antes de partir para o confronto, Hughie ainda descobre que seu senhorio era o cara que se masturbava na sua porta e deixava porra escorrendo no chão, todos os dias, desde a edição 1. Ao confrontá-lo, o homem confessa que fez isso porque havia sido pago pelo Carniceiro, que achava que desta forma faria Hughie se mudar para um lugar melhor.

Em seguida, ele vai visitar a mãe do LM, mas digamos que a essa altura, ela está completamente transformada pelo Composto V, sendo uma criatura gelatinosa que “abraça” Hughie e o força a mamar de suas tetas gigantes. Um reforço de Composto V, já que ele vai precisar.

Finalmente, eles se encontram no topo do Empire State e, bem… o confronto não dura muito, acabando com Hughie pendurado pela perna em uma das grades de contenção, e o Carniceiro com o pescoço quebrado.

Enquanto os dois tecem seu diálogo final, a Srta. Bradley descobre que foi o bode expiatório por todas as cagadas do Conglomerado que culminaram em tudo o que aconteceu, e arranca os próprios cabelos de raiva.

Quando a polícia finalmente chega no ES, o Carniceiro diz que Huguie tem que matá-lo, pois não quer ser preso. Ele sabe que seu amigo não vai fazê-lo, então fala que matou seus pais para deixá-lo com raiva. É claro, ele cai no jogo do bastardo uma última vez e cumpre o esperado.

Seis meses depois, Hughie ainda está amarrando as últimas pontas soltas. Ele tem uma conversa com o homem do Conglomerado, dizendo que vai ficar de olho. E quando Rayner se candidata ao Senado e vai fazer um discurso, ele simplesmente põe as fitas que o Carniceiro gravara com eles transando em um alto falante, para todo mundo ouvir ela chamando a si mesma de puta.

Ele ainda mantém contato com o Macaco, que lhe ajuda com o passaporte. E por fim, reencontra Annie e eles ficam bem. Na última cena, eles estão se beijando com a reconstruída Ponte do Brooklynn ao fundo.

Análise

Sou fã incondicional de Preacher e quando soube de The Boys, imediatamente me atiçou a curiosidade. O cara que odeia super-heróis escrevendo super-heróis? Precisava ver isso e, claro, logo nas primeiras páginas a HQ já te prende, ao ver o protagonista segurando os braços da amada. Evidentemente, só a ponta do iceberg ante o tsunami de escrotidão que vinha pela frente.

Em tempos em que os quadrinhos de heróis são dominados pelas mesmices de mais de 60 anos de indústria, mega-sagas que vão “mudar tudo para sempre” até a próxima e tudo mais, The Boys se destaca, seja pela violência gratuita, pela paródia, pela crítica e tudo mais.

Mas mais do que isso, não é só tiração de sarro o tempo todo, tem uma história densa por trás e não é tão simples de acompanhar, não é linear como Preacher ou outros títulos. Tem uma série de nuances que você só capta nas entrelinhas e se fosse para resumir em uma frase a moral da história, eu diria que é a frase que eles repetem durante todo o título: “Com grandes poderes, vem a certeza de você se tornar um grande filho da puta”. Nada mais atual, se olharmos para o cenário político do Brasil e do mundo.

Mas eu confesso que tem vezes que o excesso de diálogos me irrita um pouco, parece que tem capítulos inflados demais. Acho que tem uma linha tênue entre “profundidade” e “encheção de linguiça”. E também não sei se fico satisfeito com o confronto final com os supers, pois você vai lendo e vai esperando um arranca-rabo fodido entre as duas partes e no fim, é só uma saraivada de balas na Casa Branca. Mas talvez esse seja só meu lado infantil que ainda não conseguiu se livrar totalmente dos mega-confrontos entre heróis e vilões da Marvel e DC.

Também, o último volume parece mais um epílogo que se estendeu demais, como aqueles filmes em que o conflito já se resolveu e ainda arrastam mais quarenta minutos de película só pra cumprir a meta, sem acrescentar muita coisa. Ok, a caçada do Carniceiro aos supers merecia esse último volume, mas, de novo… aquela linha tênue de que falei ali em cima.

De qualquer maneira, é uma puta série nos quadrinhos e a sua contraparte da TV por enquanto, não deixa nada a desejar.

Um comentário em “The Boys (Os quadrinhos)

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