
Hoje vou dar algumas dicas de séries pouco conhecidas e que considero muito boas. Bora?
Billions
Confesso que comecei a ver mais por conta dos atores do que por qualquer outra coisa, já que não manjo bulhufas do mercado de ações. Mas honestamente, nem precisa. Também, se precisasse, o público da série seria bem restrito, imagino.
Bobby Axelrod (Damian Lewis) é um magnata de Wall Street, mas chegou no topo fazendo negócios não exatamente legais. O promotor Chuck Rhoades (Paul Giamati, na performance de sua vida) pretende leva-lo à justiça, custe o que custar. E para complicar um pouco as coisas, a esposa de Chuck trabalha para Bobby como psicóloga da empresa.
A série, disponível na Netflix, já tem 4 temporadas e só melhora a cada ano. Se na primeira os dois ficam num jogo de xadrez, a trama evolui envolvendo mais personagens e a própria dinâmica entre eles é inconstante. É meio difícil falar da trama sem dar spoilers, mas acredite, a premissa que descrevi no parágrafo anterior é apenas a ponta do iceberg.
Diálogos acirrados e bem construídos é a marca registrada da série, que pode causar estranheza em quem está acostumado a “House of Cards”, por exemplo, em que você acha que é de praxe pessoas poderosas simplesmente mandaram matar quem está no seu caminho. Mas não. Quando se tem dinheiro, há outros meios, meios que podem até mesmo destruir a vida de alguém. A morte de um inimigo, portanto, não chega a ser tão prazerosa quanto vê-lo arruinado.
Vale muito a pena, principalmente agora que ela se aproxima do fim.

Wayne
Exclusivo do YouTube Premium, essa série segue uma premissa parecida com a sériezinha bem meia-boca chamada The End of the Fucking World, mas é infinitamente melhor.
Wayne é um desses jovens esquisitos e deslocados, pária entre outros de sua idade. Agora, você deve estar pensando: “deixa eu adivinhar, ele é nerd, ganha superpoderes e fica com a garota gostosa no final”. Nope. É aí que reside o diferencial da série.
Wayne não é nerd, pelo contrário: ele desce a porrada nos outros sem dó, principalmente se ele acha que a que isso pode corrigir alguma injustiça, na sua concepção. Aí entra o humor negro e a violência que tornam a série um clássico instantâneo.
A premissa é bem simples: Wayne vive com o pai e, quando ele morre de câncer, decide ir atrás do carro que era dele e que sua mãe roubara quando lhe abandonou. Lhe acompanha nessa jornada a jovem Del, tão perturbada quanto ele. Eu sei, a sinopse não poderia ser mais “boring” que isso, mas vai por mim: é o tipo de série em que você se importa mais com os personagens do que com a história em si. E o season finale é FODA.

The Expanse
Assisti as primeiras duas temporadas na Netflix, mas agora ela é exclusiva do Amazon Prime. PUTA série sci-fi FODA. Para quem se sentia viúvo ou viúva desde o fim de Battlestar Galáctica, essa é sua nova série, pode apostar.
A primeira temporada gira em torno de três histórias. Um detetive do Cinturão de Asteróides que investiga o desaparecimento de uma garota, astronautas que se deparam com uma substância alienígena, e uma política que tenta a todo custo evitar uma guerra entre a Terra e Marte.
Sem dar spoiler, é preciso dizer que a trama vai se ramificando em muitos outros detalhes do que só apenas essas três histórias, e vai ficando cada vez mais complexa. Ficção científica das boas.

Paradise Police
Para fechar, que tal um desenho animado? Susse, não? Beeeeemmm… não quando se trata de Paradise PD. Essa série está para Brooklynn 99 assim como Family Guy está para Os Simpsons. Só que muito pior.
Se você é ferrenho defensor do politicamente correto, é melhor passar longe. A série é escrota, não mede piadas e quer mais é que o politicamente correto se foda. Os personagens são: um idoso gay, um negro medroso, um jovem que só quer a aprovação do pai, o pai temperamental, uma psicopata, um gordinho bobalhão e um cachorro viciado em drogas que vive invadindo o armário de evidências. Sim, os animais falam.
Só para exemplificar o tom da série, em um dos episódios o policial negro acidentalmente dá um tiro em si mesmo. Pronto, é material suficiente para a galera de direita sair dizendo que “tem que matar vagabundo mesmo”, enquanto a galera de esquerda fica protestando contra a “violência policial”, enquanto ninguém quer saber que foi só um acidente, o que dá um nó na cabeça do pobre policial. Mais hilário que isso é só o desfecho do episódio, que é tão escroto que “buga” a cabeça dos dois lados, kkkkk. Sensacional.
Pra quem gosta de dar umas risadas descompromissadas antes de dormir (ainda que possa ficar abismado com o nível de escrotisse da série), Paradise PD é um prato cheio e está disponível na Netflix.