The Walking Dead é uma série medíocre com alguns momentos épicos. Aceita que dói menos.

Meu primeiro contato com a série de quadrinhos foi com os álbuns da HQM, lançados aqui no Brasil como “Os Mortos-Vivos”. Já havia ouvido falar bem, mas tinha aquele preconceito básico que todo mundo meio desinformado deve ter antes de conhecer a série (seja no quadrinho ou na TV): “ah, é história de zumbi, deve ser aquela coisa debilóide de sempre”.

Mas resolvi comprar os dois primeiros volumes para conferir e, wow, logo de cara você vê que tem coisa ali. Não se demora a perceber que os zumbis são só pano de fundo para um drama sobre a verdadeira natureza humana. A história vai avançando e ficando cada vez mais tensa, até culminar no arco da prisão, com o Governador e tudo o mais, que para mim é um das melhores da série.

A história continua avançando e você vai percebendo que ninguém está a salvo. Depois de alguns arcos mais fracos e outros sensacionais, finalmente chegamos na saga envolvendo Negan e a guerra entre as comunidades, que foi só até aonde eu li.

Assim como eu disse no post anterior, sobre Preacher, quando eu soube que a série seria adaptada para a TV, as expectativas foram lá em cima. Com Walking Dead mais ainda, pois a história é perfeita para virar série. Veio a primeira temporada e, apesar de começar bastante fiel ao quadrinho, o último episódio causou enorme estranheza. Isso pelo simples fato de que os espectadores são burros e precisam de uma explicação para o apocalipse zumbi, certo?

Mas beleza. Eu já achava que o quadrinho tinha personagens demais, mas aparentemente, não era o suficiente e criaram ainda novos. Tudo bem, vamos ver aonde vai dar. Começa a segunda temporada e, com ela, as esperanças de ver a série entrar nos trilhos.

Algumas coisas interessantes acontecem aqui, como o lance com Sophia, por exemplo. Não sou desses “puristas” que a acham que a série tem que ser idêntica ao quadrinhos, por isso essa foi uma mudança que eu achei bacana, embora, claro, seja uma personagem que eu acho que faria falta para o Carl. Sim, mas pra frente substituem ela por aquela mongoloide. Urgh. Mas vamos com calma.

A segunda temporada culmina com o acerto de contas entre Rick e Shane. Mas fazer Shane se transformar em zumbi antes de dar um tiro na cabeça dele pra mim, tirou todo o impacto. E foi aí que a série começou a se separar por completo da qualidade do material do original e escolheu um caminho mais fácil e mais raso. Por que, claro, podemos assistir GOT, onde vemos incestos, estupros e várias outras barbáries, mas ninguém aguenta ver uma criança dar um tiro num adulto para defender o pai, né?

Seguimos para a terceira. Pensei comigo, “É o arco da prisão, o melhor de todos, não tem como eles errarem, né?”. E tinha. A terceira e quarta temporada foi praticamente só enrolação e aí começou essa fórmula de encher linguiça, alternando entre um ou outro momento “épico”. Andrea, que é uma das personagens mais fodas da HQ, se transforma numa personagem completamente imbecil. Não temos o impacto de ver a mão do Rick ser cortada pelo Governador, ou a tortura de Michone e mesmo a morte de Lori e tão fraca que está longe de causar o mesmo impacto que causou na HQ.

Eu me lembro quando vi essa morte no quadrinho. Eu cheguei na página e fiquei parado, olhando para ela, sem acreditar. Virei a página para ver o que acontecia, voltei e continuei encarando. “Eles não fizeram isso”, pensei comigo. “Não pode ser”.

E quando finalmente temos o confronto no final da terceira, o arco não se encerra, porque, claro, temos que enrolar por mais oito episódios na quarta. A partir daí, é só ladeira abaixo. O único episódio que se salva é o 0414, quando Carol tem de lidar com o comportamento psicótico de Lizzie.

A partir daí, eu já desisti de ter algo com o mesmo nível de qualidade do quadrinho e continuei vendo por mera curiosidade em ver o que eles vão estragar a seguir. A narrativa irritante, com episódios focados em apenas um personagem e que não acrescentam em nada. Carol choramingando que não quer ser aquela pessoa. Morgan achando que vai sobreviver sem matar ninguém. Esse romancezinho completamente forçado entre Rick e Michone. Negan com aquele sorrisinho sarcástico o tempo todo.

Ah, sério, não dá mais. Beira o ridículo. Mas o que mais irrita é essa enrolação entre a season première, o mid-season e season finale. Sério, você pode assistir apenas os episódios 1, 8 e 16 de cada temporada, que não perde nada. E gente ainda defendendo que a série é sensacional, a melhor coisa feita para a TV. Menos, galera. Bem menos.

Pode ser divertida em alguns momentos, mas está bem longe de ser algo épico.

 

2 comentários em “Quadrinho bom, série ruim: The Walking Dead

  1. Só verdades, eu comecei a ver twd ano passado, assisti tudo de uma vez até a sexta temporada e achei legal, por ter assistido tudo de uma vez não percebi como a serie enrolava. Aí começou a setima temporada e eu só me decepcionei, me arrependo de ter começado a assistir por quê por incrível que pareça a oitava está conseguindo ser pior que a sétima, mas não consigo deixar de assistir.

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