O que falar de um dos jogos mais aguardados do ano? Um jogo que prometia batalhas épicas na revolução americana. Que prometia encerrar a história de Desmond Miles em grande estilo. Sendo bem seco e direto: decepção.
É com muito pesar que digo isso, pois durante os cinco jogos da franquia para o xbox, me tornei fã da série, como vocês podem ver aqui. E é uma franquia foda. Os fatos históricos, as sequências de ação, a própria história de Desmond, tudo é muito bem construído. Para não falar nos gráficos, que só melhoraram a cada capítulo.
Mas este último, em especial, não convenceu. Você começa controlando o pai de Connor, nosso protagonista, o que fica claro logo nos primeiros minutos de jogo. Esse início é bem chato e não fica muito claro o objetivo do mesmo. Acho que foi só pra mostrar como a linhagem de Desmond foi parar nos Estados Unidos. A emoção fica por conta do final da sequência (spoiler a seguir), quando é reveleado que o personagem é, diferente do que acreditávamos, um Templário e não um Assassino. Como foi que isso aconteceu – ou seja, como alguém que pertencia a uma linhagem de assassinos virou a casaca – não fica claro em nenhum momento do jogo.
Mas ocorre que este homem se apaixona por uma indígena, o que dá origem ao assassino que mais tarde receberá o nome de Connor. Mas até aí vem uma looonga sequência dele ainda como criança e adolescente, que não leva muito a lugar algum. É importante para entender a trama e as motivações da personagem, mas sério, poderia ser resumido em algumas cinematics e pronto.
Ou seja, o jogo demora para engrenar e mesmo quando engrena, são poucas as sequências realmente empolgantes. Havia muito mais no II, no Brotherhood e até no Revelations. Mas dessa vez você parece que fica fazendo as mesmas missões que não levam muito a algum lugar. Sua participação nas batalhas da libertação da América são mínimas, o que é decepcionante, já que pelos trailers, esperava-se que você fosse tomar uma parte mais ativa na ação.
As grandes novidades se resumem a duas: a movimentação em cenários naturais, como árvores, penhascos, etc. – seja em meio à neve ou em estações mais quentes – e as batalhas de navios, que são BEM legais. Os confrontos com os inimigos também são interessantes, com Connor fazendo uso de sua machadinha, mas de resto, é uma ou outra sequência que lhe empolga.
Para se ter uma ideia, não tem nenhum confronto no mesmo nível que o de César, no final de Brotherhood. Não há nenhum confronto épico com os inimigos nesse mesmo nível. Eles são, no geral, ou muito fáceis, ou muito chatos, como é o caso da sequência final, em que você tem que perseguir o vilão da história, Charles Lee, de quem estava atrás o jogo inteiro. E quando o alcança, o confronto se da em cinematic, ou seja, você só assiste e não faz mais nada. Tipo… “what the fuck, man?”.
Seria muito mais interessante se o vilão principal fosse o pai de Connor e se houvesse um confronto épico com ele no meio da batalha em 4 de Julho. Mas o jogo passa bem longe disso.
E a decepção maior fica ainda por conta de Desmond, que pra ser sincero, é o que mais me interessava. Achei legal que você até encontra um personagem chamado Daniel Cross – apresentado na hq “Assassin’s Creed – A Queda”, publicada essa ano pela Panini – um templário que fora infiltrado nos Assassinos e que acaba encontrando seu destino final nesse jogo.
Mas quando finalmente Desmond descobre como abrir a porta que precisava para encontrar o que quer que fosse para impedir a explosão do Sol… bem, basta dizer que o resultado não é nada do que você espera. Nada de grandes maquinações, nada de confrontos históricos, só mais falação e falação sem fim. Pra resumir a história – com mais um pouco de spoilers – ele se sacrifica para salvar o mundo.
Tá, mas e aí? Toda essa preparação para tornar Desmond um assassino só pra ele morrer no final? Sem confronto final com os Templários? Só isso e pronto? Tipo, de novo…”what the fuck, man?”.
Eu sei lá, talvez eu me empolgue um pouco mais com o jogo depois de jogar as missões secundárias e explorar um pouco mais a história, mas por enquanto, digo que fiquei bastante decepcionado. Brotherhood ainda é o melhor.
E sabe, acho uma puta viagem esse negócio de deuses, artefatos do Eden e tudo mais. Isso nem deveria existir na história, deveriam focar no confronto de Assassinos x Templários. No fim das contas, é isso que interessa. Pura e simplesmente.
Ainda se diz fã de AC? Nunca deve ter aberto um livro de história. AC III fecha a franquia com chave de ouro.