Depois de Arkham Asylum, a expectativa sobre Arkham City era grande. A pergunta que não quer calar é: o jogo realmente atendeu/superou as expectativas? Creio que a maioria dos fanáticos, especialmente os bat-fãs, vai dizer que sim. Mas… muita calma nessa hora.
O jogo é bom, sim. Isso é fato. Mas na minha opinião, é alarde demais. Eu mesmo acho o primeiro jogo altamente superestimado. Os gráficos são bons, a história é bacana, mas a jogabilidade, convenhamos, é uma merda. O Batman é muito lento para executar os movimentos, que por vezes são complicados de serem realizados. E particularmente, me dá uma agoniza jogo em que o personagem não PULA quando você quer. Porra, é um dos comandos mais básicos de jogos, desde os tempos do Atari. Agora, por exemplo, você está no meio de uma missão predador, acaba de nocautear 1 dentre 6 capangas do Coringa e está desesperado pra sumir logo de vista. Chega a quase quebrar a porra do botão no controle pra que ele pule pra uma plataforma abaixo, ou ao menos que dê um salto para o lado e o filha da puta não corresponde. Ou quando você vê aquele baita gigante vindo na sua direção e dá dois toques no dito botão pra que ele desvie, só que ele não executa a ação a tempo. E, claro, isso acontece justo quando você está quase conseguindo acabar com o bicho.
Beleza, pode ser um pouco de frescura da minha parte, mas numa comparação rápida com Shattered Dimensions, por exemplo, não tinha esse problema. Se você quisesse ficar só segurando um botão, o Aranha se desvia sozinho do capanga sem nenhum esforço. Você pula a hora que quiser, vai pra onde quiser quando quiser. No Batman, não me conformo que existam lugares onde ele não pode lançar o arpéu!
Mas enfim, falemos do novo jogo. A história é bacana, mas sinceramente? Não é esse “Putz, que história foda!” que estão falando. Ela só fica boa mesmo lá pelo final. Em 3/4 do jogo, é praticamente só enrolação. Entregando um pouco dos spoilers:
O jogo já começa com Arkham City construída e Bruce Wayne protestando. Ele é preso por Hugo Strange, consegue escapar e decide investigar o que é o tal do Protocolo 10 que o maluco está falando. Pra isso, salva a Mulher-Gato do Duas-caras e esta lhe manda atrás do Coringa. Este acaba lhe envenenado e aí começa a palhaçada. A investigação do Protocolo 10 fica em “stand by” até que o homem-morcego consiga encontrar a cura. Pra isso, ele tem que ir atrás do Sr. Frio, só que este está como refém do Pinguim. E pra enfrentar o Pinguim é uma enrolação da porra, um tal de vai e vem pelo cenário que não acaba nunca e ainda aparece o Salomão Grundy pra complicar a história.
Depois de cuidar do Pinguim, claro que o Sr. Frio não vai te dar a cura, né? Seria muito fácil. Você tem que ir atrás do Ra´s Al Ghul, enfrentar seu desafio, vencer, rodar mais um pouco pela cidade e voltar ao Sr. Frio. Obviamente, no reencontro, Frio decide acabar com a trégua e te atacar. A desculpa me pareceu bem forçada.
Depois disso, aí sim, você volta ao Coringa, consegue vencê-lo, mas ainda não consegue a cura. O Protocolo 10 já está em andamento, o Coringa foge com Tália e você tem que dar prioridade em deter Strange. Aí que a coisa começa a ficar boa de verdade. O confronto final com Strange, a verdade sobre quem está por trás de tudo e o plano do Coringa são os pontos fortes da história, que revela um personagem que ninguém imaginava que estaria presente.
Mas na real, o bom mesmo nem é a trama principal, mas sim, as missões secundárias. Nesse sentido, pra mim ficou bem claro que os produtores buscaram inspiração em outros jogos do gênero, como Assassin´s Creed e Prototype. O primeiro, no que diz respeito à exploração da cidade e o segundo, sobre as missões de treinamento para aumentar o seu XP. Nas missões secundárias aparecem outros inimigos, como Bane, Chapeleiro Louco, Zsasz, outros personagens misteriosos e, claro, o Charada. Seus troféus e desafios agora estão mais elaborados e difíceis e a trama que envolve o vilão é bem interessante, uma das melhores. E dá vontade de ir atrás dos troféus só para avançar nessa trama. Em alguns casos, tem que quebrar a cabeça mesmo para descobrir como pegar os ditos cujos. Além disso, agora há uma diferenciação no mapa sobre o que é realmente troféu e o que é charada a ser desvendada pela análise do ambiente. No jogo anterior chegava a irritar isso, você estava em cima do ponto de interrogação no mapa, mas no cenário não enxergava nada e não sabia o que fazer.
Acertadamente, é possível continuar em Arkham City depois de fechar o game só pra continuar brincando nessas missões, ou explorando a cidade, dando mais porrada nos bandidos e continuando a dar upgrades na morcega.
Agora, me explica uma coisa, Bátemã… toda a história do jogo se passa em aproximadamente 10 horas, segundo os avisos de Hugo Strange de quando o Protolo 10 começaria. Seria praticamente impossível o Batman fazer tudo isso que eu falei em apenas 10 horas e ainda por cima, sem morrer, já que ele fica envenenado a maior parte do tempo. Tá certo que ele pega o sangue do Ra´s para diminuir os efeitos do veneno, mas mesmo assim… não faz sentido nenhum.
E novamente, você fica frustrado em algumas situações. Por exemplo, o ponto mais alto de Arkham City é a Torre Wonder e você logo pensa que legal seria subir até lá, pular e ficar planando de boa. Só que não dá pra fazer isso! Se você pula de lá, o Batman plana um pouco, mas logo volta pra torre sozinho! Porra…!!!! Esse tipo de coisa me deixa puto.
Enfim, a trama é legal por explorar praticamente toda a galeria de inimigos do Homem-Morcego. Embora eu ache que daria para fazer algo sem essa enrolação toda e vais-e-vens. Mas, tá… realmente é, um bom jogo… só que daí a dizer que é o MELHOR… que me desculpem as morceguetes, mas nessa, eu não caio.
Me admira a Marvel ainda não ter pensado em fazer algo assim com o Aranha, visto que daria uma trama MUITO FODA usar todos os grandes vilões num jogo só…