E chegou o novo game do Aranha. Que tal foi?
A história é a seguinte: Um cientista da Alchemax em 2099 volta no tempo e consegue criar a Alchemax no passado, o que altera radicalmente a realidade. Peter Parker acabaria trabalhando na Aclhemax e, num confronto com o Anti-Venom, acaba morrendo. Ao saber disso, Miguel O´Hara decide interferir para salvar sua contraparte do presente e tentar fazer com que a realidade volte a ser o que era antes.
Bom, eu já falei aqui (http://quadrinhopole.blogspot.com/2010/09/spider-man-shattered-dimensions.html) que o jogo anterior, pra mim, foi o melhor jogo do aracnídeo de todos os tempos. Shattered Dimensions soube explorar as diferentes facetas do herói, os movimentos foram bem elaborados, o uso de seus poderes foi sensacional e a diversão era garantida. O maior problema era que o jogo foi meio curto e ouvi muita gente reclamar de que algumas partes eram
repetitivas. Queridões, isso é um video game. Repetição é uma máxima nos games, desde os tempos do Atari. O tal do Batman Arkham Asylum, tido como o “melhor” jogo do gênero (ainda tenho minhas dúvidas), também tem partes repetitivas e nem por isso é ruim.
Mas chega de falar do passado e vamos focar logo no tema desse post. Afinal, EDGE OF TIME presta? Bem, depois de jogar um jogo com 4 Aranhas diferentes, fazer um com apenas 2 parece um desperdício. Mas há uma tentativa de fazer uma história mais amarrada, tanto que, diferente do anterior, não temos estrutura em fases, mas sim uma história contínua, dividida em Atos (influência de Arkham City, talvez?). Por um lado, é bacana, ao se dar a impressão de se ver um
filme/animação, com uma história contínua, com começo, meio e fim. Contudo, essa história se passa toda no prédio da Alchemax, tanto no passado quanto no futuro. E aí perde-se a diverisdade de cenários que tínhamos no jogo anterior.
Os gráficos foram melhorados. Neste quesito, o jogo continua sendo alucinante. Voltamos a ter algumas cenas em queda livre com o 2099 (ô partezinhas lazarentas de passar, viu) cheias de obstátulos. E as cinematics estão muito bem produzidas. O uniforme do Aranha tradicional permanece rasgado a maior parte do tempo, o que dá um visual mais “cool” para essa parte do jogo.
Mas como temos apenas 2 Aranhas, a diversão parece cair pela metade. As piadinhas continuam lá. Só para citar um exemplo, temos o Aranha, logo depois de escapar da morte pelas mãos do Anti-Venom (não acredito que inventaram isso) ele solta aquela: “Bem, agora eu sei como a Jean Grey se sente. E o Capitão América. E o Colossus. E…”. Hehehe. Boa. Contudo, o fato de não termos os outros Aranhas, e também dos dois estarem correndo à todo momento contra o tempo num clima tenso, acaba fazendo com que o humor fique um pouco de lado.
Sobre os movimentos, eles lamentavelmente foram alterados. A maioria permanece a mesma e as indicações de onde pode ser atirada a teia agora só aparecem quando você olha na direção para onde a teia pode ir, o que foi acertado e diminui a poluição visual. Mas temos poucas variedade de golpes, se compararmos com Shatterd Dimensions. A diferença é que agora existe a opção de “Time Paradox”, ou seja, quando um certo medidor está no máximo, é possível ativar um comando para congelar os inimigos. Interessante, porém desnecessário. Como o medidor demora muito para atingir o máximo, deve ser utilizado com moderação. E o Sentido de Aranha, uma mão na roda que poderia ser ativado ao ser bel-prazer no jogo anterior, agora foi restrito a apenas alguns segundos, além de não destacar os inimigos e itens adequadamente. Pelo menos há um sinalizador quando se está perto das aranhas escondidas, o que já é de boa ajuda. Elas agora têm outra função além de simplesmente servirem como desafio: upgrades. E os emblemas, que antes eram convertidos em pontos, foram substituídos por bolas de energia que também podem ser utilizados para upgrades.
Neste quesito, temos upgrades para o Aranha tradicional, o 2099 e compartilhados. Com relação ao jogo anterior, temos um número bem menor de upgrades.
Assim como anteriormente, temos desafios que podem ser feitos durante o jogo, que se vencidos, são convetidos em prêmios – artes conceituais, action figures dos personagens, uniformes extras, etc. Acertadamente, agora podemos selecionar esses desafios no menu do jogo, sem ter que jogar uma fase inteira para tentar realizá-lo, como era antes.
Uma coisa legal é que na medida em que o jogo avança, você vai desbloqueando notícias de jornais, bem como suas contrapartes no universo alterado. Por exemplo, antes tínhamos uma notícia dizendo que o Sexteto Sinistro voltou à ativa. No universo alterado, temos uma notícia que o Sexteto Sinistro foi desmembrado para sempre.
Também não temos uma grande variedade de inimigos aqui. No primeiro ato, o Aranha 2099 enfrenta o Anti-Venom. No segundo, o Aranha tradicional enfrenta uma réplica da Gata Negra no futuro. E no último, o tradicional enfrenta uma abominação que é um amálgama do Anti-Venom e Dr. Octopus com poderes temporais também. E o Aranha 2099 enfrenta o vilão-mor do jogo, (spoiler), o Peter Parker do futuro, numa armadura de aranha gigante.
Pra resumir, a história é legal, o jogo é bacaninha e dá pra divertir. Mas ainda ficou aquém do potencial que havia sido explorado em Shattered Dimensions.