Recentemente fomos apresentados ao mais recente capítulo da franquia Exterminador do Futuro. Mas afinal, o que vale ou não a pena? como ficou a cronologia depois da zorra toda que aprontaram nos últimos filmes? Bora revisitar cada capítulo e falar um pouco sobre eles?

O Exterminador do Futuro (1984)

Primeiro filme da franquia, é aqui que se estabelecem as famosas frases de efeito que seriam repetidas à exaustão nos filmes seguintes, como “I’ll be back”, “Come with me if you wanna live” e por aí vai. Mas se você nunca viu nenhum filme e está chegando agora, talvez esteja se perguntando “tá, mas afinal, qual é a pira por trás desses filmes?”. Bem, vamos lá.

No ano 2029, a humanidade luta por sobrevivência em uma guerra contra as máquinas. O sistema de defesa Skynet tornou-se alto consciente em 1997 e decidira que a humanidade como um todo era uma ameaça, ocasionando uma guerra nuclear.

O líder da resistência, contudo, conseguira virar o jogo. John Connor ensinou às pessoas como lutar, como transformar as máquinas aterrorizantes em sucata e levou a humanidade à vitória. Entretanto, a Skynet tinha uma carta final na manga: enviou um Exterminador modelo T-800 para o passado, com a missão de matar a mãe de John, apagando ele da existência.

O soldado Kyle Reese voluntariou-se para perseguir a máquina no passado e proteger Sarah. John destruiria o complexo da máquina do tempo em seguida para garantir a vitória. A viagem no tempo é dolorosa para Reese e nada não vivo atravessa: roupas, armas, objetos de qualquer tipo. Portanto, ele chega no passado completamente nu e tem que se virar com o resto.

Então, em 1984, inicia-se uma corrida para ver quem chega em Sarah Connor primeiro. O Exterminador é metódico. Ele arma-se e, consultando a lista telefônica, verifica a existência de três Sarah Connor, passando a eliminar uma por uma.

Mas Kyle tem uma vantagem que o Exterminador não tem: ele viu uma foto de Sarah, que John lhe deu no futuro. Kyle sabe exatamente como Sarah é e consegue encontra-la primeiro, mas tem de esperar o Exterminador atacar, pois não tem a menor ideia de como ele é.

Bill Paxton, o único ator a ter sido morto por um Exterminador, um Alien e um Predador.

O primeiro confronto se dá em uma boate, na qual Kyle consegue salvar Sarah da morte certa e, durante a fuga, explica que ela será a mãe do futuro líder da resistência. A perseguição, contudo, termina com eles sendo capturados pela polícia.

Ingênuo, Kyle conta toda a história a um psiquiatra, o Dr. Silberman, que obviamente o acha completamente louco. O T-800 invade a delegacia e mata todo mundo lá para chegar até Sarah, mas ela e Kyle conseguem fugir e pegar a estrada.

Eventualmente, Kyle confessa que sempre fora apaixonado por Sarah, mesmo sem conhece-la. Foi por ela que ele voltara ao passado. Os dois fazem amor, mas não sem antes Sarah ligar para a mãe e, enganada pelo Exterminador – que pode emular vozes – entrega a localização dos dois.

A perseguição se reinicia e vai parar até uma fábrica, agora com o Exterminador apenas na forma de esqueleto de metal, após ter seu tecido vivo consumido pelas chamas duma explosão de um caminhão de combustível. Kyle morre depois de ter sido atingido por um tiro, mas ainda seria capaz de pôr uma granada nas costelas do T-800, fazendo-o explodir.

Mas não eliminando-o por completo. Sarah, com a perna ferida, ainda tem que arrastar-se para escapar do tronco superior do Exterminador, que continua a persegui-la. Finalmente, Sarah é capaz de esmaga-lo fazendo uso de uma prensa.

Na estrada, Sarah descobre que está grávida, ou seja: se John não tivesse mandando Kyle Reese de volta no tempo, ele jamais teria existido. Sarah começa a gravar fitas para seu filho ainda não nascido e, ao parar num posto de gasolina, é fotografada por um garoto que quer vender-lhe a foto. A mesma foto que Kyle guardava com carinho no futuro.

O primeiro filme, portanto, acaba sendo uma história de origem para Sarah, contando como uma simples garçonete se torna uma mulher durona que come Exterminadores no café da manhã e tem a missão de preparar seu filho para a guerra vindoura. 

Com efeitos especiais incríveis para a época e uma história envolvente, o filme foi um sucesso absoluto, apesar de que a continuação só viria a ser lançada 7 anos depois.

O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991)

Com o sucesso do filme anterior, Schwarzenegger lançou-se ao estrelato, então seria uma boa ideia trazer ele de volta, desta vez como o mocinho. A desculpa? Bem, acontece que a Skynet não havia mandado apenas um Exterminador ao passado, ela também enviou um T-1000 – um modelo muito mais avançado do que o do filme anterior – para matar John Connor quando criança. O John do futuro reprogramou, então, um T-800 para enviá-lo ao passado e impedir o T-1000 de ter sucesso.

Dessa vez a desculpa esfarrapada até passa, mas voltaremos a isso mais adiante. O filme é ótimo, por extrapolar os conceitos estabelecidos anteriormente e por trazer efeitos especiais de qualidade, chegando a ganhar o Oscar nesse quesito.

Se você assistiu apenas o primeiro e vai ver esse novo completamente desavisado, o filme brinca com suas expectativas no começo, mostrando o T-800 chegando ao passado da mesma forma que antes ao mesmo tempo que um homem com cara de bonzinho faz o mesmo. Ou seja, num primeiro momento, parece que o T-800 está de volta e John enviou outro de seus amigos para proteger a si mesmo.

Mas o T-1000 é constituído de uma liga de metal líquido, podendo emular outras pessoas e transformar seus membros em objetos cortantes. Logo fica claro quem é quem e John fica maravilhado em ter seu “próprio Exterminador”, passando a ensiná-lo preceitos da humanidade.

Quando John fala do passado fica claro que ele e a mãe passaram anos na América Central, onde ele aprendera as mais diversas coisas para se tornar um líder. Depois que a mãe foi internada por tentar explodir uma fábrica de computadores, ele passou a acreditar que ela era completamente maluca e só o que sobrou de todas essas habilidades foi a de hackear computadores. Mais especificamente, caixas eletrônicos para sacar dinheiro e gastar no fliperama.

Não obstante, depois de um primeiro confronto com o T-1000 eles partem para resgatar Sarah da clínica psiquiátrica, onde ela está sob os cuidados do mesmo Dr. Silberman do filme anterior. Sarah agora já não é a garota indefesa do início do primeiro filme. Fodona e inteligente, é claro que ela não confia no T-800 a princípio, mas acredita que ele possa ser útil e mais à frente, fica claro que o Exterminador é o mais próximo de um pai que John iria ter.

Após a fuga e, com a proximidade do Juízo Final (o filme se passa em 1997), Sarah pretende invadir a casa de Miles Dyson, cientista da Cyberdyne, e matá-lo para mudar o futuro. Ao confrontá-lo, no entanto, Sarah hesita e é impedida por John e o Exterminador, mas eles acabam por explicar ao cientista e sua família o horror que a Skynet causará.

Fica claro que foram os próprios destroços do primeiro Exterminador que deu a ideia da Cyberdyne de iniciar o projeto Skynet, mais uma vez recaindo em um paradoxo: se o Exterminador não tivesse voltado no tempo, ele jamais teria sido criado e a guerra nuclear não iria eclodir.

Miles então decide ajuda-los. Eles invadem a Cyberdyne para recuperar um pedaço do braço e o chip do primeiro Exterminador. Eles explodem o QG da Cyberdyne (Miles morre no processo), mas é claro que o T-1000 consegue rastreá-los e a perseguição se reinicia, culminando dessa vez em uma metalúrgica. É lá que eles finalmente conseguem dar cabo no T-1000, jogando-o na lava incandescente. É também na lava que vão parar as peças que eles conseguiram roubar da Cyberdine.

Mas ainda resta um chip, o do T-800 que estava ali para protege-los. A fim de garantir que a Skynet jamais seja criada, ele também se sacrifica na lava, mesmo sob os protestos de John.

É praticamente um consenso de que este seja o melhor filme de toda a franquia, justamente por se aprofundar na história e lhe dar um fechamento digno. Quase tudo que vem depois é, bem… no mínimo, descartável.

O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (2003)

É claro que, quando encontra uma fórmula de sucesso, Hollywood não larga o osso, mas esse é o primeiro filme da franquia que não tem o envolvimento de James Cameron. Talvez por isso mesmo, a coisa comece a se perder.

Também não temos Linda Hamilton reprisando seu papel de Sarah Connor, com a desculpa de que a personagem morrera de câncer anos atrás.

A essas alturas você já está acostumado com a trama: um Exterminador mais avançado do que o anterior foi enviado ao passado e outro com a cara do Schwarzie (desta vez um T-850) foi reprogramado e enviado para protege-lo. A vilã da vez é uma “Terminatrix”, a T-X, que diferente do modelo anterior, tem um esqueleto de metal coberto por metal líquido, o que lhe dá não apenas a habilidade de emular outros corpos, mas também a de controlar outras máquinas, conectar à internet, transformar seu braço em um canhão de plasma, entre outras coisas.

Aí você se pergunta: se a Skynet tinha modelos tão avançados assim, por que caralhos não mandou uma T-X para matar Sarah, ou John quando criança? Não seria muito mais fácil? Bem, essa é uma pergunta que vai lhe atormentar por todo o resto da franquia e vai ficar sem resposta.

A novidade fica por conta da T-X não estar focada apenas em John, de paradeiro desconhecido. Sua missão, portanto, é eliminar os seus tenentes. John, por outro lado, vive como um marginal e acaba esbarrando com Kate Bewster, uma colega de infância. Kate se tornará esposa de John no futuro, o que faz dela um alvo. Portanto, é perseguindo ela que se dá o primeiro confronto entre a T-X e o novo T-850.

Após a fuga, o Exterminador explica que eles não impediram o Dia do Julgamento, apenas o adiaram e ele acontecerá em 4 horas. Também fica claro que dessa vez não foi John quem enviou o Exterminador de volta, mas sim Kate, pois John estava morto, assassinado pelo mesmo modelo de T-800 que ele se afeiçoara no passado no ano de 2035.

Graças aos arquivos detalhados do Exterminador, eles descobrem que o pai de Kate está envolvido com a Skynet e apressam-se em chegar até ele para impedir que o pior aconteça, mas falham miseravelmente. A Skynet fica consciente e começa a atacar a humanidade.

O coronel envia sua filha e John a um bunker, onde John entende que fica o coração da Skynet. Eles ainda podem desativá-la antes que o ataque nuclear seja lançado. Correm para lá, com a T-X ao seu encalço e, depois de vários minutos de ação desenfreada, o T-850 se sacrifica para detê-la. John e Kate chegam ao bunker, apenas para descobrir que não há Skynet alguma lá. O coronel apenas apontara o caminho para que eles sobrevivessem ao holocausto nuclear.

Quando os mísseis são lançados e o exército fica completamente perdido sem comando, é John quem responde no rádio, ficando claro como foi que ele se tornou o líder da resistência. É, esse final até que vale o filme, recaindo mais uma vez num paradoxo: se a Skynet não tivesse tentado matar Sarah e John no passado, ele não teria vivido a vida toda se preparando para ser o líder que eles queriam impedir que ele se tornasse.

Exterminador do Futuro: Salvação (2009)

Esse capítulo da franquia eu considero injustiçado, pois é o único com uma trama minimamente diferente dos demais. É claro, há diversas falhas, tanto cronológicas quanto de roteiro.

A maior falha é centrar a trama em Kyle Reese, não pelo fato em si, mas por conta das máquinas jamais terem descoberto quem era o pai de John Connor. Não havia como, já que nem Sarah nem John contaram a ninguém sobre isso. E no entanto, Kyle é o primeiro numa lista de alvos da Skynet, com o simples propósito de – é claro – apagar John Connor da existência.

E se o objetivo é eliminar Kyle, por que simplesmente não o matam quando ele é identificado no campo de concentração? Ao invés disso, eles simplesmente o colocam em uma cela separada dos demais, esperando pelo resgate de John.

Além disso há diversas falhas menores, como o fato de que apesar dos Exterminadores do filme serem mais fracos (modelo T-600), eles tem uma dificuldade IMENSA de matar alguém que não seja personagem importante.

Exemplo, um deles chega perto de John Connor. Ao invés de simplesmente esmagar sua cabeça, ou atravessar seu peito com o braço, não. Fica jogando o cara de um lado para outro. Isso acontece DIVERSAS vezes durante o filme.

Os pontos positivos ficam por conta das diversas referências à franquia, como as fitas de Sarah, os campos de concentração mencionados por Kyle no primeiro filme, John utilizando suas habilidades para hackear máquinas e vários outros detalhes menores.

Mas vamos à história. O ano é 2018, a guerra contra as máquinas está a pleno vapor, mas John não é nenhum líder, ele luta junto aos demais, sendo que tem o respeito de sua divisão, mas é visto pelos demais como um “falso profeta”. Kate também aparece ao seu lado, grávida. Ele comanda um pelotão que acaba descobrindo um sinal capaz de desabilitar as máquinas, o que poderia por um fim à guerra.

John não percebe que em sua missão acaba inadvertidamente despertando Marcus Wright, um homem condenado ao corredor da morte e que doara seu corpo à pesquisa antes do dia do julgamento. Marcus tromba com Kyle Reese, que sobrevive como pode junto à garotinha muda Star.

Em certo ponto, eles são atacados pelos Hunter Killers. Kyle, Star e dezenas de outras pessoas são capturadas e levadas aos campos de concentração, enquanto Marcus escapa e encontra a piloto Blair Williams, que tentava ajuda-los contra as máquinas, mas acabara tendo que ejetar de seu caça.

Marcus e Blair fazem seu caminho até a base da Resistência, mas são atacados por uns marginais que só querem sobreviver. Marcus acaba salvando-a e eles seguem em frente, mas a base é cercada por minas magnéticas, o que faz com que Marcus acabe pisando em uma delas.

Ele sobrevive, mas graças à explosão todos podem ver que ele possui um esqueleto de metal, apesar de ter órgãos humanos e pensar que é humano. John nunca havia ouvido falar de algo assim e revisa as fitas que Sarah gravara em busca de respostas, mas não encontra menção alguma de um híbrido.

Blair, acreditando que Marcus é humano, o ajuda a escapar. John segue ao seu encalço, mas é ele quem acaba sendo salvo por Marcus de ser pego por máquinas aquáticas. Marcus afirma que sabe onde está Kyle Reese e que se infiltrará na base da Skynet. Os dois entram num acordo e John implora ao comando que adiem o ataque programado à Skynet, para que ele possa salvar os prisioneiros.

O comando o ignora, mas John fala no rádio com os focos da resistência em todo o globo, pedindo-lhes que não ataquem quando a ordem vier. Eles assim o fazem e John apressa-se em libertar os prisioneiros e encontrar seu futuro pai.

Marcus, por sua vez, sincroniza o chip em seu cérebro com a Skynet e descobre que o tempo todo ele era apenas um engodo, uma forma de se infiltrar na Resistência e levar John Connor até eles. O plano funcionara, já que, procurando por Kyle, ele acaba topando com o protótipo do T-800, programado para mata-lo.

É o primeiro filme sem Arnold Schwarzenegger, até porque na época ele estava no cargo de Governador da Califórnia, mas não impediu a produção de inserir seu rosto digitalmente no Exterminador. A máquina persegue John e Kyle pela linha de produção dos T-800s, até que Marcus vem ao resgate, mas logo é detido pelo modelo superior.

John consegue atingir o Exterminador com lava e com nitrogênio. Quando a máquina tenta alcança-lo antes de perder a mobilidade, acaba arranhando seu rosto, explicando a origem das cicatrizes que vimos de relance em cenas do futuro nos dois últimos filmes.

Mas o Exterminador ainda não está detido e consegue ferir John gravemente antes que Marcus volte à luta e acabe com ele em definitivo. Eles conseguem explodir a fábrica, mas John está às portas da morte. Para salvá-lo, Marcus lhe doa seu coração.

Como eu disse, apesar das falhas, ainda considero um bom filme, muito embora tenha sido uma oportunidade perdida de mostrar o fim da guerra, os Exterminadores voltando ao passado e explicar as incoerências. Algo que foi tentado se fazer no próximo filme, falhando miseravelmente.

Exterminador do Futuro: Gênesis (2015)

Se T2 é quase consenso como sendo o melhor da franquia, esse é justamente o oposto, sendo possivelmente o pior, com Emilia Clarke não convencendo no papel de Sarah Connor (não adianta… Linda Hamilton é Linda Hamilton) e uma série de incongruências lógicas.

O filme anterior pode não ter agradado por não entregar o que se esperava dele, mas um reboot era algo completamente desnecessário. Contudo, é exatamente o que temos aqui e o filme deixa isso claro logo no começo, com Kyle dizendo que o Dia do Julgamento ocorreu em agosto de 1997 e mostrando um encontro com John completamente diferente do que vimos no filme anterior. Ou seja, desconsiderando todos os filmes da franquia, exceto o primeiro.

O filme começa em 2029, com a Resistência derrubando o núcleo da Skynet e com John Connor e um pequeno grupo invadindo o local onde ele sabe que está escondida a máquina do tempo. É claro, eles não chegam a tempo de evitar que o T-800 entre na máquina e volte para 1984. John explica que a missão dele é matar sua mãe, Sarah Connor, e conforme esperado, Kyle Reese se voluntaria para salvá-la.

No entanto, o passado é diferente daquele que vimos no primeiro filme. Apesar de recriarem completamente certas cenas, o T-800 é imediatamente detido por uma cópia sua, envelhecida. Kyle, ao mesmo tempo, é atacado por um T-1000 e quem o salva é… Sarah Connor. Aparentemente, a Sarah garçonete que ele esperava ter de proteger não existe mais, desde que o T-800 (que ela agora chama de “Paps”) a salvara de ser exterminada por um T-1000 quando ela tinha 9 anos.

Sim, não faz o menor sentido, mas calma que as coisas vão piorar muito. O T-1000 persegue os três até um esconderijo, onde eles conseguem dar cabo nele usando ácido. Uma vez lá, uma máquina do tempo improvisada (what?) está pronta para manda-los a 1997 e impedir o Dia do Julgamento.  

Ocorre que quando Kyle estava voltando do futuro, ele viu um Exterminador diferente atacar John pelas costas. Enquanto voltava, imagens de um passado de uma vida diferente passaram pela sua mente, uma vida na qual o Dia do Julgamento nunca ocorreu. Outra incoerência da história, que só serve para que Kyle convença Sarah que eles devem ir para 2017 e não 1997. O T-800 “Paps”, com a mão ferida por conta do ácido, fica para trás e toma o caminho mais longo até o futuro.

Em 2017, eles caem no meio de uma rodovia e são presos pela polícia. John, no entanto, vem salvá-los, diretamente do futuro. Quando Paps surge atacando-o, fica claro que aquele John não é mais humano. O Exterminador que Kyle vira ataca-lo enquanto voltava infectou John com nanotecnologia, substituindo cada célula de seu corpo por uma máquina. John, então, aliou-se ao filho de Miles Dyson para criar a Genisys, uma fachada para a Skynet que ficará online em poucas horas.

Paps ajuda Kyle e Sarah a escaparem e o jogo de gato e rato se reinicia, até que eles conseguem chegar no QG de Genisys e explodir tudo. É claro, não sem que antes o T-800 sacrifique seu corpo para deter John Connor e caia num lago de metal líquido para receber um “upgrade” para T-1000. Ridículo demais.

Então, revisando, assim que Kyle voltou no tempo, um Exterminador atacou John, infectou-o e matou toda sua unidade. Em seguida, enviou um T-1000 a 1973 para matar Sarah com 9 anos, o que alterou o 1984 para o qual Kyle e o T-800 original foram enviados. A pequena Sarah, contudo, sobrevivera, graças à interferência de outro T-800 que ninguém sabe quem enviou para protegê-la. 

Confuso? Não se preocupe, vai piorar.

Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (2019)

O capítulo da franquia que traz de volta James Cameron na direção e Linda Hamilton no papel de Sarah Connor e, apesar de ignorar tudo o que foi feito desde T2, dá uma boa “chupinhada” nas ideias de todos os outros filmes, como veremos adiante.

O filme inicia com uma cena no México, 1 ano após os eventos de Exterminador do Futuro 2, no qual Sarah e seu filho impediram o Dia do Julgamento. A Skynet, contudo, havia enviado mais de um T-800 atrás de John e um deles agora os encontra e mete um balaço no peito dele, bem na frente de Sarah. Missão cumprida, o Exterminador simplesmente vai embora. Uma bela abertura, na verdade, pois você não espera que o ícone de toda a franquia vá morrer logo de cara nos primeiros dois minutos de filme.

Pulamos para 22 anos no futuro. O alvo da vez é uma mexicana chamada Dani Ramos. Para mata-la, o futuro enviou um novo Exterminador (claro), de modelo REV-9. E para protege-la, uma humana aprimorada chamada Grace.

O REV-9 é um amálgama dos modelos vistos anteriormente. Ele tem o esqueleto de metal coberto por outra camada, como a Terminatrix, mas ao invés do metal líquido, a mesma nanotecnologia que foi apresentada no filme anterior, infectando John Connor. Mas além de poder emular pessoas e gerar objetos cortantes com seu corpo como o T-1000, a novidade fica por conta de suas duas camadas poderem se separar e atuar de maneira independente, ou seja, o esqueleto pode por exemplo, atirar com armas, enquanto a camada “líquida” pode atacar com facas e tentáculos. É mais ou menos como se o Venom tivesse possuído um Exterminador.

Já a Grace é claramente inspirada no personagem Marcus Wright de Terminator: Salvation. Ela possui órgãos internos de metal, o que lhe dá força e agilidade sobre-humanas, além de sentidos mais apurados. Contudo, esforço excessivo lhe esgota as forças e ela precisa tomar anti-convulsivos regularmente para não entrar em choque.

Pois bem, o primeiro confronto se dá numa fábrica onde Dani e o irmão trabalham. Grace chega na hora para salvar ambos de serem exterminados, mas o irmão morre durante a fuga. Com Grace quase esgotada por conta do confronto, as esperanças parecem perdidas e Sarah Connor surge para salvar o dia e resgatá-las. Mais tarde, ela explica que desde que John morrera, ela recebera dicas por sms de um informante misterioso, com a localização de Exterminadores. Sarah, então, passou a caçá-los.

Grace rastreia o sinal do telefone de Sarah e descobre ser as mesmas coordenadas que lhe tatuaram no futuro, com instruções de procurar essa pessoa caso precisasse de ajuda. Elas decidem, então, cruzar a fronteira e descobrir quem é o misterioso benfeitor.

Apesar de Grace não explicar muito o porquê da importância de Dani, ela desconhece Skynet ou John Connor. No futuro de onde ela veio, 2042, a IA que declarou guerra à humanidade se chama Legião. Sarah deduz que, assim como ela, Dani dará à luz ao homem que liderará a Resistência. Para surpresa de ninguém, mais adiante Grace revela que ela não dará à luz a ninguém. Ela é que é a líder da Resistência no futuro.

As três então buscam ajuda do tio de Dani para atravessar a fronteira, mas acabam sendo pegas pela polícia. O KEV-9 aproveita para tentar uma nova investida, mas elas fogem de helicóptero e chegam nas tais coordenadas. De novo, para surpresa de ninguém, encontram o T-800 que matara John, envelhecido.

O Exterminador explica que após ter cumprido sua missão, perdera seu propósito, desenvolveu uma consciência e decidira brincar de casinha com uma mulher e seu filho. Ele agora se chama “Carl” (bem, é melhor do que “Paps”) e vende tapetes. Também explica que o deslocamento temporal provoca uma onda pelo espaço-tempo que ele pode rastrear, por isso foi capaz de avisar Sarah sobre outros Exterminadores, compensando assim a morte de seu filho. Claro, porque faz muito mais sentido ele enviar uma humana para fazer o trabalho sujo do que ele próprio ir caçar os seus iguais.

Enfim, ele decide se juntar às três e ajuda-las a matar o KEV-9. Sarah, que apesar de ser procurada em 50 estados, milagrosamente tem um contato no exército, que por motivo algum, rouba uma arma de PEM para ajuda-los na missão. Não demora, claro, para que o KEV-9 os encontre e a perseguição se reinicie.

Se no T1 o confronto final foi numa fábrica e no T2 foi numa siderúrgica, agora o cenário é uma usina hidrelétrica. Com o PEM destruído, Grace se sacrifica para que Dani pegue sua unidade de força e use como arma para destruir o KEV-9. É claro, o T-800 fica com inveja e se sacrifica também. Por fim, Sarah pega a estrada com Dani, para ajuda-la a se preparar para o futuro sombrio que a aguarda. 

Apesar dos deslizes no roteiro, o filme entrega ação desenfreada o tempo todo, não deixando a peteca cair em nenhum momento e o resultado final até que é competente, mas tirar John Connor do foco e mudar o nome da Skynet não pareceu ser uma decisão acertada. Seria o mesmo que fazer um filme do 007 sem James Bond e por isso a impressão que fica é a de que já mexeram demais na franquia e o melhor a fazer seria deixar ela quieta.

Depois de tantas confusões nas linhas temporais, é difícil de procurar uma lógica em toda a cronologia. Eu até tentei achar uma imagem na internet que explicasse as lambanças de forma coerente, mas todas que encontrei eram muito confusas, então acabei optando por fazer a minha própria, acho que dá para entender:

Enfim, é uma pena que uma franquia tão promissora tenha se perdido. Eu gostaria ainda de ver uma história que se passasse no futuro e mostrasse o confronto final entre a Resistência e Skynet, mas duvido muito que isso seja feito um dia.

É claro, os Exterminadores fizeram aparições em quadrinhos, livros, games, etc. e recentemente o T-800 do último filme é até mesmo um personagem jogável em Mortal Kombat 11. Mas isso tudo já é outra história.

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