494480_homem-aranha-entre-trovoes-680272_Z3Desde que parei de colecionar as HQs do Aranha em 2007, nunca mais havia lido nada do personagem. Até esses dias quando, passeando pela livraria, vi este livro na prateleira e resolvi comprar. Não me arrependi.

O bom do livro é que a história não está inserida na cronologia oficial – embora o autor situe-a em um ponto em que a tia May já sabia da identidade do Aranha e ele ainda estava casado com Mary Jane, ou seja, antes do pacto com M… ah, vocês sabem – e por isso mesmo não depende de nenhum conhecimento prévio sobre o herói.

A trama é simples. Depois de confrontar Electro e uma série de robôs que tentavam assaltar joalherias em Manhattan, o Aranha passa a ser mais uma vez vítima dos ataques editoriais de J. J. Jameson. Mas desta vez parece que tem algo de diferente, parece que Jameson decidiu voltar a agir ativamente contra o herói. Há algo mais por trás desta história, uma conspiração que pode envolver até mesmo seus entes queridos. Ou será que é o sentido de aranha que está lhe dando falsos avisos? No que confiar?

Apesar de simples, ela é bem elaborada e fica o clima de suspense o tempo todo. O leitor fica o tempo todo na dúvida sobre o que diabos está acontecendo, mesmo sendo um profundo conhecedor do herói. Se for este o seu caso, você com certeza vai gostar do livro, pois há tempos não se via uma história assim nos quadrinhos: simples, divertida, que prenda a sua atenção e sobretudo, respeitando as personalidades E a cronologia das personagens. Aliás, foi justamente por este motivo que eu deixei de colecionar. As HQs chegaram num nível em que era mais importante criar polêmicas do que se contar uma boa história e, por conta disso, deturpava-se tudo que já havia sido feito em décadas de quadrinhos.

Não é o caso aqui. O autor se revela como um grande fã do Aranha, conhecendo e fazendo referências a histórias passadas, seja na longínqua fase de Stan Lee / Steve Dikto, seja no passado recente. Por exemplo, sobre o Electro, ele não apenas explica quem é o vilão para os leitores que por ventura possam não conhecer o personagem, mas também cita confrontos passados contra o Aranha. Faz uso dos lançadores de teia, do sinal-aranha e dos rastreadores, que os roteiristas novos insistem em esquecer. Cita outras situações em que JJJ atuou diretamente contra o Aranha, histórias que os leitores mais novos sequer sabiam que existiam, eu garanto.

É muito bacana ver as histórias que você cresceu lendo sendo citadas dessa forma e ao mesmo tempo apresentá-las para os leitores da nova geração. Foi por causa de histórias como essa que acabei me encantado pelo Homem-Aranha no distante ano de 1993, largando os quadrinhos da Disney e dos desenhos animados para passar a colecionar as aventuras do aracnídeo. Lendo o livro dá até vontade de reler algumas das histórias antigas. E é assim que uma boa aventura de super-herói deve ser.

A única coisa que me incomodou um pouco foi em seu ápice, quando o Aranha encontra o vilão e, antes de confrontá-lo, tem toda aquela looooonga explicação de comos e porquês ele fez o que fez. A essa altura do campeonato já não precisava mais desse tipo de coisa. Mesmo assim, o livro é uma excelente pedida, seja para os fãs mais ardorosos do herói, seja para quem está iniciando no Universo Marvel.

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