Bem, vamos recapitular. No primeiro volume, temos a formação da Liga Extraordinária e o confronto da mesma com o Prof. Moriarty, plot que inclusive deu origem àquele odioso filme. Depois, temos o confronto da liga com os marcianos de “A Guerra dos Mundos”, o que acabou por fragmentar toda a liga. O volume três foi dividido em 3: Século 1910, Século 1969 e Século 2009.


Acho o primeiro volume muito bom. Vemos a formação da liga, tem várias ideias legais, a trama é muito boa e você consegue acompanhar as referências literárias razoavelmente bem. O segundo ainda é legal, mas acho que dá uma caída. E os personagens mais legais acabam morrendo, então…
Agora, esse terceiro volume eu não gostei de nada. Dá a impressão de que o Moore quis colocar referência a tudo que ele já leu na vida e aí fica uma infinidade de coisas chatas que você não sabe de onde veio. O primeiro capítulo não acontece praticamente nada a história toda. É basicamente a história da nova liga – formada pelo rejuvenescido Allan, Mina, o andrógeno Orlando, o sensitivo Carnacki e o ladrão Raffles – investigando o plano de um místico chamado Haddo de criar o anticristo e com isso, dar origem ao fim dos tempos. Trama essa que se arrasta por um século.
Para começar, as novas adições à liga não adicionam em nada, exatamente. E a própria liga não faz nada além de ficar dialogando sem parar. Em paralelo, temos a trama da filha do Cap. Nemo, que não acrescenta nada à história. Enfim, são 86 páginas para apresentar a trama em que nada acontece.
Em 1969, é mais do que óbvio que Moore colocaria vastas referências a sexo, drogas e rock’n roll. E novamente, pouco acontece. Dessa vez, Allan, Mina e Orlando voltam a investigar o plano de Haddo e algumas revelações são feitas – como é que ele consegue sobreviver ao tempo, por exemplo – e ao passo que Allan e Orlando procuram impedir um certo ritual, Mina enfrenta Haddo no plano astral. Sem entregar muito o jogo, acaba que as coisas dão errado e Mina vai acabar parando num hospício. Uma vez mais, a liga se separa.
E só viria a se reunir novamente em 2009, quando a entidade chamada Próspero alerta Orlando que o fim se aproxima. Orlando parte então ao resgate de Mina, mas Allan, que voltou à vida de vício, se recusa a participar da nova empreitada. Esse é o capítulo menos chato dos três, mas confesso que de toda a história, a única coisa de que gostei foi o final. Sem estragar a surpresa, mas surge um personagem muito bacana para enfrentar o Anticristo no ápice da batalha.
Mas de maneira geral, é uma história arrastada que meio que não vai pra lugar nenhum. Tenho certeza de que os fãs do Moore dirão que é genial, que blablabla, mas sério, não é. E ainda temos ao final de cada volume um conto das aventuras de Mina e outros personagens na Lua, que também não acrescentam nada com nada.
O pior é que, lendo a cronologia de eventos, tinha muitas coisas legais que poderiam ser contadas, como o confronto da Liga com outras Ligas de outros países, como a alemã e a francesa, mas isso não passa de uma mera citação.
Não me levem a mal, sou fã do Alan Moore como qualquer outro leitor de quadrinhos que se preze. Adoro Do Inferno, Watchmen e tantas outras coisas que o cara fez que são fodas demais. Mas eu acho que nesse terceiro volume de LXG ele vacilou.
Mas até os gênios têm direito de errar, eu suponho…

Um comentário em “Liga Extraordinária: Volume 3

  1. Li o primeiro volume e já foi o suficiente para que eu não lesse o resto.Também gosto do barbudo mas pra mim ele deixou de escrever coisas boas depois de Wildcats.

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