Na época do lançamento do último filme do agente secreto britânico, “Quantum of Solance”, foi lançado o box com todos os 21 filmes anteriores – todos duplos. Trata-se da “Ultimate Collection”, remasterizada, restaurada, e re-não-sei-mais-o-quê. O sonho de consumo era comprar aquela MALETA do 007, mas como o box estava pela metade do preço da maleta, não deu para desperdiçar a oportunidade de acrescentar esses preciosos itens na minha coleção. E te digo, pequeno gafanhoto, valeu cada centavo.

Os Filmes

A MGM fez um trabalho impecável restaurando os filmes mais antigos. A cor e o som estão impecáveis e isso, por si só, já vale todo o box. Mas cada filme vem com uma enxurrada de extras que dá pra você ficar uma vida inteira assistindo.

1. 007 Contra o Satânico Dr. No (Dr. No)

Ainda é estranho, para a nossa geração, ver o Sean Connery novão. Mas vendo o filme a gente perebe porque o cara se consagrou como o definitivo James Bond. Não é à toa que o galã é considerado o melhor 007 de todos. Embora a história não seja lá grandes coisas, o personagem já se estabelece desde o início com seu charme e todos os demais trejeitos que tornaram a franquia a mais rentáevel da história do cinema. O vilão serve mais para estabelecer os parâmetros dos próximos filmes que, exceto em Goldfinger, giram todos em torno da SPECTRE e de seu misterioso líder, que mais tarde se revelaria como o maligno Blofeld. O citado Dr. No quer destruir o plano espacial dos EUA.
Os extras deste incluem um documentário falando sobre a restauração dos filmes, outro falando sobre as glamourosas estréias nos cinemas, as armas de James Bond, além do básico: making of do filme, imagens, trailers, etc…

2. Moscou contra 007 (From Russia with Love)

Aqui ficamos sabendo mais sobre a SPECTRE e pela primeira vez o Q aparece. Desta vez, britânicos e russos são manipulados pelos terroristas, que querem pôr as mãos no decodificador Lekter. O filme é muito bom, e já apresenta as características básicas de todos os demais filmes, como a sequência de abertura, os equipamentos e o clássico Aston Martin DB5.
Nos extras, o destaque fica para as entrevistas com Ian Fleming, o criador do 007.

3. 007 contra Goldfinger (Goldfinger)

Tido por muitos como o melhor da série, e fácil entender porquê. A trama é diferente, o vilão é diferente, e a cena do laser prestes a cortar o agente no meio virou referência para dezenas de outros filmes e/ou sátiras do gênero. Os Simpsons que o diga. Aqui, Goldfinger, um fanático por ouro, que destruir o Fort Knox e, com isso, arruinar a economia mundial.

Nos extras, temos uma entrevista com Sean Connery nos bastidores, testes de vídeo, tour com Aston Martin e mais um monte de coisas;

4. 007 contra a Chantagem Atômica (Thunderball)

A SPECTRE volta a atacar, mas o grande vilão ainda permanece em mistério. Eles roubam duas bombas atômicas e pedem resgate por elas, daí o título do filme.

Os extras vêm recheados, e o making of revela que, na cena em que Sean Connery está preso na piscina com os tubarões, eles passaram por um vão da parede de vidro que deveria ter mantido os animais separados o ator. Consequentemente, Sean ficou cara a cara com os predadores marinhos!!! Felizmente, tudo correu bem.

5. Com 007 só se Vive Duas Vezes (You Only Live Twice)

Agora a SPECTRE sequestra satélites estadunidenses e soviéticos, afim de fazer as duas nações entrarem em guerra. Bond forja sua morte para investigar o caso em paz e finalmente chega no cabeça da organização. O destaque do filme fica sendo o covil do vilão, que ficava dentro de um vulcão. O set era gigantesco e serve até hoje de referência para outros Bond movies.

Nos extras, destaque para o documentário que fala só sobre os títulos de abertura dos filmes.

6. 007 a Serviço Secreto de sua Majestade (On Her Majesty’s Secret Service)

Possivelmente o pior da série, principalmente porque George Lazemby não conseguiu cativar o público e se mostrar à altura de Connery. A trama também não é das melhores. Blofeld volta e agora quer iniciar uma guerra biológica. O ponto alto do filme é justamente seu final, que mostra o casamento de Bond e o subsequente assassinato de sua esposa.

Nos extras, entrevistas com o ator e o Laboratório Q são os destaques.

7. Os Diamantes são Eternos (Diamonds are Forever)

Embora este tenha sido o sétimo filme, penso que faz mais sentido situarmos a história cronologicamente logo depois do quinto. Uma, porque Sean Connery volta ao papel. E outra, porque o vilão, Blofeld, quando volta a aparecer em “Somente para seus Olhos”, está com o pescoço quebrado, o que ocorreu no sexto filme. Aqui, ele está com a saúde perfeita e trocando de rostos para fugir de Bond, que segue seu rastro a todo custo e agora têm de impedir o plano dele para construir um laser poderosíssimo.
Esse também vêm com uma porrada de extras interessantes. Podemos citar a entrevista com Sean Connery, onde ele confirma que este seria seu último filme de Bond (embora ele acabasse voltando em “Nunca mais outra vez”, fora da franquia oficial), sequências de ação, algumas multi-ângulo, cenas excluídas e uma biografia de Cubby Broccoli, o homem que deu vida à franquia 007 no cinema.

8. Viva e Deixe Morrer (Live and Let Die)

Estréia de Roger Moore como 007, o recordista, com 7 filmes na franquia. A SPECTRE é deixada de lado, mesmo porque já não rendia mais boas histórias, e a trama gira em torno do tráfico de drogas.

Bem, os filmes de James Bond sempre foram conhecidos por suas manobras mirabolantes. Ao ver os extras, entretanto, você passa a respeitar os caras, porque tudo o que você vê na tela ACONTECEU DE VERDADE. Não com os atores, claro, mas com profissionais trinados para executar as manobras. Os filmes do Moore deram um novo fôlego a essas manobras e aqui aparece a mais clássica delas, o salto sobre crocodilos para escapar de ser devorado. E, como não poderia deixar de ser, ISSO TAMBÉM ACONTECEU DE VERDADE.
Quem saltou foi o dono dos crocodilos, Kananga, que foi homenageado ao emprestar seu nome ao vilão do filme. O cara é maluco. Ele saltou 5 vezes sobre seus “bichinhos” até conseguir a tomada perfeita. Em uma das tentativas, o último crocodilo da fila já o esperava com a boca aberta… dá um arrepio só de olhar.
Outa coisa interessante é que Roger Moore já tinha interpretado o agente num especial de 64, que é mostrado na íntegra aqui. O ator também é o que mais dá entrevistas, neste e nos outros filmes em que atuou.

9. 007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro (The Man with the Golden Gun)

Outro dos melhores filmes da série, já que aqui Bond encontra uma espécie de “nêmesis”, um assassino tão bom quanto ele, que pretende matá-lo. A caçada se dá com novas manobras fantásticas, ficando o destaque para o salto em espiral com um carro, evidentemente feito por um piloto especialista.
Fato curioso é que o ator que interpreta o vilão era primo de Ian Fleming. Destaque também para um documentário sobre os dublês de James Bond.

10. O Espião que me Amava (The Spy who Loved Me)

Clássico da sessão da tarde, o filme fez enorme sucesso nos cinemas. Talvez devido à Lotus que dirigia embaixo d’água, ou do vilão extravagante que tinha uma fortaleza submarina, ou ainda por causa de Jaws, o clássico capanga com os dentes de ferro, que voltou a aparecer no filme seguinte.
Nos extras, o destaque fica sendo o design dos sets de Bond.

11. 007 Contra o Foguete da Morte (MoonRaker)

As extravagâncias chegam ao ápice aqui, e Bond acaba indo pro espaço, literalmente. A trama é similar ao do filme anterior, o vilão quer dizimar a raça humana e iniciar uma nova civilicação. Ao invés de submarina, entretanto, agora seria numa estação espacial.
Nos extras, destaque para o documentário sobre efeitos especiais.

12. Somente para Seus Olhos (For Your Eyes Only)

Depois das “viagens” dos filmes anteriores, os produtores acharam que era hora de trazer Bond de volta à “realidade”. Por isso a trama deste é mais realista, o agente tem de ir atrás do ATAC, um sistema que controla submarinos nucleares e acaba de ser roubado. Interessante que a premissa não agradou a maioria dos fãs… talvez por ter sido fora de época, já que Cassino Royale também traz uma premissa realista e fez enorme sucesso.
Um dos destaques fica sendo a sequência de abertura, que mostra Bond visitando o túmulo de sua esposa e logo em seguida tento seu derradeiro confronto com Blofeld.
Os extras trazem cenas excluídas e outras coisas interessantes.

13. 007 contra Octopussy (Octopussy)

Como o foco realista não fez muito sucesso, voltam as peripécies que deram personalidade à franquia, e o filme já começa com a famosa sequência do jatinho projetado pelo Q. Aqui a trama gira novamente em torno da União Soviética, na qual um general alia-se a contrabandistas de jóias num plano para aumentar o poderio de sua nação. A curiosidade aqui é a Bond Girl, Octopussy, que foi a única a participar de dois filmes. Seu primeiro foi o Homem com a Pistola de Ouro, e aqui ela interpreta outro papel e está ainda mais bela.
Mais um filme recheado de extras dos bastidores.

14. 007 na Mira dos Assassinos (A View to a Kill)

Em sua última interpretação como Bond, Roger Moore enfrenta um maníaco que pretende destruir o Vale do Silício e controlar todo o mercado de microchips. Um bom filme de despedida… Moore já vinha comentando que achava estar muito velho para o papel, e preferiu sair “enquanto ainda eram amigos”, segundo suas próprias palavras.
Nos extras, destaque para o documentário sobre o som de Bond.

15. 007 Marcado para a Morte (The Living Daylights)

Timothy Dalton já havia sido quotado antes para interpretar o agente 007, mas só agora conseguira o papel. Se por um lado ele tem a sorte de Roger Moore já ter feito o trabalho de desvincular a imagem de Sean Connery de James Bond, por outro ele dá azar por conta dos filmes já não trazerem grandes idéias para tramas. Ainda assim, Dalton, que era fã de Bond, consegue surpreender e fazer uma boa atuação, enfrentando uma conspiração de tráfico de armas e ópio.
Cenas Excluídas, o documentário “Feliz Aniversário, 007” e outra enxurrada de coisas preenchem os extras.

16. Permissão para Matar (License to Kill)

Dalton reprisa seu papel naquele que é considerado o filme mais violento da série. Desta vez Bond vai atrás de um traficante que matou a esposa de seu amigo, Felix Leiter, da CIA, e deixou ele gravemente ferido. Leiter apareceu também em vários outros filmes da série, sendo aqui seu último papel. Embora a vingança seja premissa frequentemente usada em filmes de ação, não tinha sido contemplada desta forma ainda nos filmes de Bond. Ao menos, não de forma tão pessoal.
Mais extras recheados de coisas sobre os bastidores.

17. 007 contra Goldeneye (Goldeneye)

Aqui os extras decepcionam um pouco por não entrarem em detalhes sobre o porquê de um hiato tão grande entre um filme e outro, embora a gente saiba que a franquia enfrentava problemas judiciais. Pierce Brosman, que também já havia sido sondado anteriormente, assume e pele de Bond e a franquia entra numa nova fase, tentando atualizar as histórias para a nossa época. Como consequência, os aparatos acabam atingindo o patarm mais “viajante” de toda a franquia, para não falar nas manobras mirabolantes. Não obstante, os filmes de Brosman estão entre os melhores da série.
Em sua estréia, resquícios da Guerra Fria servem de base para a trama, cujo vilão é um ex-agente britânico, que pretende controlar o satélite Goldeneye, equipado com uma poderosa arma que gera um PEM.

18. O Amanhã nunca Morre (Tomorrow Never Dies)

Brosman agradou e volta a interpretar Bond contra um magnata da imprensa que planeja orquestrar uma guerra entre China e Inglaterra.
Nos extras, sequências excluídas e com ângulos expandidos, documentário sobre acessórios e mais um monte coisa.

19. O Mundo não é o Bastante (The World is not Enough)

Aqui Bond enfrenta um terrorista que planeja atacar uma herdeira de um império do Petróleo. Talvez o melhor de Brosman, se não o melhor… embora o último também seja bom. E a frase que dá nome ao título é o lema da família Bond, que já havia aparecido em “A Serviço Secreto de sua Majestade”.
Mais um DVD recheado de extras, e entre eles se destacam os Segredos de 007 e Tributo a Desmond Llewelyn, o adorável “Q”, que apareceu na maioria dos filmes.

20. Um Novo Dia para Morrer (Die Another Day)

No vigésimo filme da série, a grande sacada é identificar as referências aos clássicos. A trama também não deixa a desejar, temos um Bond prisioneiro logo no começo do filme, e que acaba sendo perseguido pelo MI-5 enquanto procura pelo vilão.
Não tem tantos extras quanto os demais, mas a película fecha com chave de ouro a “primeira parte” da franquia, por assim dizer.

21. Cassino Royale

Depois de uma briga que extendeu-se por anos para conseguirem os direitos do primeiro filme de Bond, os produtores finalmente tiveram luz verde para filmá-lo, e aproveitaram para dar um “restart” na franquia. Já que essa é, oficialmente, a primeira aventura de Bond como um agente “00”, parecia a oportunidade ideal de mostrar o início da carreira do agente secreto, mas isso carecia de um novo Bond. Particularmente, a esoclha de Craig não me agradou, como a muitos outros… e continua não me agradando até hoje. Nada contra o ator, adorei o trabalho do cara em “Estrada para Perdição” e outros filmes, mas acho que seria melhor terem pego um cara mais novo e desconhecido.
A trama é interessante… um banqueiro que financia o terrorismo se dá mal quando Bond impede um atentado, e organiza um jogo de pôquer para tentar recuperar seu dinheiro. O agente segue seu rastro para descobrir qual é a organização da qual faz parte e acaba acontecendo reviravolta em cima de reviravolta. Mas o que me irrita é o jeito de Craig, sempre com a mesma cara.
O filme tem sucesso em fazer o “restart” da franquia com maestria, atualizando-o para nossa época e dispensando uma explicação sobre como é que Bond atua nos dias atuais sem nunca envelhecer (estratégia que poderia ser adotada por certas editoras, mas deixemos isso pra lá). Mas ao mesmo tempo é feito para a geração “massa, véio”, ou seja… atire primeiro, pergunte depois e não esqueça de usar frases de efeito. Ok, o filme é bom… mas não é mais um filme de 007.
Nos extras, destaque por conta do documentário “Bond Girls são eternas” e legal saber que a capotagem do Aston Martin foi um recorde mundial.

22. Quantum of Solance

Bem, já vou aproveitar e dar minha opinião sobre o novo filme, continuação direta de Cassino Royale, que ainda está nos cinemas. Continua a idéia de agradar a geração “massa, véio”. Tudo bem que muito disso se justifica por ser o início da carreira de Bond, ele era mais imprudente, mas pô… o cara simplesmente sai matando todo mundo que vê pela frente. É cena de ação em cima de cena de ação, muitas vezes sem nenhuma justificativa. Sei lá, posso estar sendo rabugento, mas achei esse o pior de toda a franquia. Só não perde pro George Lazemby. E uma historinha fraquinha… se tinha por objetivo amarrar as pontas soltas, achei que só deixou mais pontas em aberto. Não falam nada sobre a tal da Quantum, que parece ser uma atualização da SPECTRE, e o ponto alto do filme e a referência a Goldfinger.
Vamos ver se no próximo teremos de volta o bom e velho James Bond.

4 comentários em “James Bond: A Saga Completa

  1. O que são as coisas, Leo.Para mim toda a parte com Roger Moore poderia ir pro lixo, pois era ruim de doer. Já o filme “Ao Serviço Secreto de sua Majestade” é até hoje considerado um dos melhores e não só por mim como por uma penca de conhecedores, ao lado de Goldfinger e From Russia with love. Trama impecável, uma Bond girl diferente e inteligente, Lazenby arrepiando nas cenas de ação e cenas muito bem boladas.Abração

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